segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Do que Você Tem Medo?

Por Robert J. Tamasy

31 de outubro marca a observância do Halloween nos Estados Unidos, quando milhões de crianças e adultos vestem fantasias que vão de personagens de desenhos animados a bruxos e fantasmas. Parece que o objetivo deles é parecer o mais assustador possível. 

Não precisamos de Halloween para experimentar medo. A vida cotidiana e o trabalho são suficientemente assustadores: terremotos, furacões, tsunamis ou a preocupação constante com incertezas da economia. Muitas coisas existem para nos tornar temerosos e ansiosos.

O medo influencia as altas e baixas do mercado de ações. A elevação ou queda da bolsa geralmente pouco tem a ver com o que realmente está acontecendo no momento. É fruto do que os “peritos” projetam, ou seja, o medo do que poderá ocorrer no futuro. Relatos noticiosos e rumores podem lançar o caos entre investidores em todo o mundo.

O que você mais teme? A perspectiva de perder o emprego? Queda dramática no volume dos negócios? Não recuperar rapidamente depois da queda das atividades? Ter um colega - e não você - escolhido para a ambicionada promoção? Perder alguém importante da equipe? Não encontrar um substituto para o lugar de alguém que deixou o quadro de funcionários?

Quando reconhecemos que uma circunstância está além do nosso controle e prevemos resultados indesejáveis, o medo é a resposta natural. Mas se pudéssemos ter certeza que as circunstâncias estão sob controle e são conduzidas por Alguém que tem em mente nossos interesses, isso minimizaria, ou até mesmo eliminaria o medo que experimentamos. Veja o que a Bíblia tem a dizer sobre medo e a forma de lidarmos com ele: 

Não estamos sozinhos. Em tempos difíceis ou adversidades nosso maior medo é lidar sozinhos com as circunstâncias. Deus promete estar sempre com os que confiam Nele. “Não fiquem com medo, pois estou com vocês; não se apavorem, pois Eu sou o seu Deus. Eu lhes dou força e os ajudo; Eu os protejo com a Minha forte mão” (Isaías 41.10). “Eu nunca os deixarei e jamais os abandonarei” (Hebreus 13.5). 

Temos um guia para tempos difíceis. É confortante sermos acompanhados por Alguém que conhece o ambiente e o contexto dos desafios que enfrentamos, do mesmo modo que o pastor conhece o terreno, por vezes perigoso, por onde conduz seu rebanho. “Ainda que eu ande por um vale escuro como a morte, não terei medo de nada. Pois Tu, ó Senhor Deus, estás comigo; Tu me proteges e me diriges” (Salmos 23.4). 

Confiança é a melhor opção. Confiar na providência, proteção e provisão de Deus pode nos dar segurança de que, não importa o quanto o presente ou o futuro pareçam assustadores, não precisamos nos deixar vencer pelo medo ou desespero. “Pois o Espírito que Deus nos deu não nos torna medrosos; pelo contrário, o Espírito nos enche de poder e de amor e nos torna prudentes” (II Timóteo 1.7).

Próxima semana tem mais!


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Investindo a Vida

Por Rick Warren

Praticamente todos os dias recebo correspondência tentando atrair meu interesse para algum tipo de investimento financeiro. Embora investir finanças com sabedoria seja algo inteligente a fazer, notei que muitos que planejam diligentemente como investir seus rendimentos, nunca tentaram considerar e planejar como investir suas vidas.

Ao chegar ao final de sua vida, como você poderá determinar o valor dela? Que critério de avaliação pretende usar? Para fazer uma pergunta mais imediata, como você está investindo sua vida neste exato momento? Que tipo de retorno ou dividendo você espera receber pelo investimento de sua vida? Na realidade você tem somente três opções para considerar:

Pode DESPERDIÇAR sua vida. Existem incontáveis maneiras de fazer isso; é só olhar à nossa volta. Muitos não fazem absolutamente nada com sua vida. Simplesmente existem – ocupam espaço e consomem oxigênio. Não fazem nenhuma contribuição com sua vida: suas horas são consumidas com atividades sem sentido ou absolutamente nenhuma.

Pode GASTAR sua vida. Existem muitas maneiras de gastar sua vida. Você pode se entregar a uma carreira, a um hobby, uma experiência ou viagem, ou qualquer tipo de ocupação que capture seu interesse ou o seduza a dedicar seu tempo, energia e recursos a ela. Um indivíduo comum passará em média 29.962 dias neste planeta. A pergunta é: como gastar esses dias?

Pode INVESTIR sua vida. A Bíblia nos ensina que o melhor uso para nossa vida na Terra é investi-la em algo que permaneça depois dela. Isso envolve um olhar de longo alcance – manter perspectiva de longo prazo. É interessante como as coisas podem mudar quando adquirimos uma perspectiva eterna. 

A Bíblia fala frequentemente sobre o valor e importância de se manter uma perspectiva eterna do viver temporal. Muitas das histórias que Jesus ensinou giram em torno do tema investimento. Em Mateus 25.14-30, por exemplo, Ele contou a história de três homens que ficaram responsáveis pelos bens de seu senhor. Dois deles investiram sabiamente e foram recompensados; o terceiro não o fez e foi punido. Em histórias bíblicas como esta, vemos princípios para nortear o investimento de nossa vida:

PROPRIEDADE. Tudo o que possuímos realmente pertence a Deus. Tudo o que temos nos foi emprestado pelo tempo em que estivermos na Terra. 

DOTAÇÃO. Deus estrategicamente nos dá talentos e habilidades específicos quando nascemos.

RESPONSABILIDADE. Deus espera que usemos os talentos que nos concedeu. Um dia prestaremos contas a Ele do que fizemos com o que Ele nos deu. 

UTILIZAÇÃO. Usar nossos talentos plenamente envolve riscos e requer fé em Deus.

MOTIVAÇÃO. O que nos impede de desenvolver nossos talentos é o medo - relutância em nos aventurarmos fora da “zona de conforto”. 

APLICAÇÃO. Se não usarmos nossos talentos vamos perdê-los.

COMPENSAÇÃO. Se usarmos nossos talentos do modo planejado por Deus Ele nos recompensará. Romanos 2.6 nos assegura que “Ele recompensará cada um de acordo com o que fez”. 

Próxima semana tem mais!


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Os Melhores Líderes Têm Coração de Pastor

Por Robert J. Tamasy

O que você sabe sobre ovelhas? A não ser que elas nos fornecem lã e suas crias são chamadas de cordeiros, a maioria de nós nada sabe sobre elas, a menos que você viva na Nova Zelândia, onde seu número supera o número de pessoas. Anos atrás, porém, aprendi algumas coisas intrigantes a respeito desses animais lanosos, enquanto escrevia um livro em parceria com meu amigo Ken Johnson. 

Ken passou anos cuidando de ovelhas em sua “fazenda de recreação”, enquanto trabalhava em tempo integral. Ele queria apresentar algumas observações no livro, inicialmente intitulado “Reflexões Sobre Rebanho” e mais tarde, após revisão, “Vivendo Com Um Coração de Pastor”. Eis uma amostra do que as ovelhas lhe ensinaram.

A ilusão da grama mais verde. Um velho ditado diz: “A grama é sempre mais verde do outro lado da cerca”. Ovelhas também acreditam nisso, segundo Ken observou seu rebanho fazer. Elas literalmente destruíram a grama sob suas patas, enquanto se esforçavam para comer a que estava do lado de fora do cercado. Algum dia você já fez o mesmo com seu emprego, empresa ou família, simplesmente porque uma segunda alternativa aparentava ser melhor - e acabou descobrindo que não era?

Seguir o líder nem sempre é o melhor. Certa manhã, meu amigo segurou um cabo de vassoura diante da primeira ovelha, enquanto o rebanho deixava o aprisco.  A ovelha que liderava o rebanho pulou o obstáculo. Ken então retirou o cabo de vassoura, mas as demais ovelhas continuaram a saltar no mesmo local, embora o objeto que motivava o salto já tivesse sido removido. Você já fez algo só porque outra pessoa estava fazendo, sem perguntar por quê? Ou seguiu uma prática tradicional sem se deter para avaliar se ainda era necessária?

Por conta própria, ovelhas tendem a se meter em problemas. Às vezes a ovelha decide adotar seu próprio rumo, desviando-se da vigilância protetora do pastor. O resultado pode ser desastroso: pernas quebradas, ficar enroscada nos arbustos e até mesmo cair e ficar incapaz de colocar-se novamente de pé. Sem  imediata assistência do pastor, poucos minutos a separam da morte. 

A história de Ken demonstrou o que diz a passagem bíblica: “Todos nós éramos como ovelhas que se haviam perdido; cada um de nós seguia o seu próprio caminho...” (Isaías 53:6).  Sem a direção de um pastor diligente, ovelhas podem facilmente de deparar com catástrofes. 

No mundo profissional e empresarial uma das tarefas que os líderes têm é servir como “pastores supervisionando seu rebanho” no desempenho de suas responsabilidades. O líder deve proporcionar ambiente de trabalho seguro, prever perigos que espreitam adiante e certificar-se de que os trabalhadores recebam o que precisam para um desempenho excelente. 

Sob a perspectiva espiritual, um sábio pastor no ambiente de trabalho olha para o exemplo de Jesus Cristo, que descreveu a Si mesmo como “Eu sou o bom pastor; conheço as Minhas ovelhas, e elas Me conhecem” (João 10.14).  Anteriormente, na mesma passagem, Ele disse: “O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11).  Quando líderes demonstram disposição para fazer o que for necessário, colocando o interesse dos trabalhadores em primeiro lugar, podem estar certos de que atrairão seguidores fiéis. 

Como líder, você está disposto a fazer o duro trabalho de pastor, sob a direção do Pastor?

Próxima semana tem mais!

domingo, 16 de outubro de 2011

O Importante é Como Fazemos

Por Jim Lange

Você já teve um emprego que achava estar aquém das suas habilidades ou que você odiava?   Todos nós já tivemos um emprego assim, certo?  O que você faz a respeito disso?

Se você for igual a mim, em situações assim sentiu-se tentado a deixar  “o barco correr”, não empregando o melhor dos seus esforços.  Parece fácil adotar a atitude do tipo “Eu não mereço ter que fazer isto!”  ou  “Eu detesto este trabalho!”  Quando acreditamos que estamos sendo tratados injustamente, é fácil justificarmos porque estamos fazendo menos do que o melhor que sabemos.   Entretanto, se cair neste engano, você estará apenas ferindo a si mesmo.

Temos a tendência de tornar “o que fazemos”, “onde fazemos” e “o que recebemos” os fatores mais importantes do nosso trabalho.  Essa linha de pensamento, contudo, na melhor das hipóteses é equivocada e certamente não honra a Deus.  O que fazemos no trabalho, onde o fazemos e quanto ganhamos não são nem de longe tão importantes quanto COMO o fazemos.

A maioria de nós deseja se envolver em algo significativo.  A boa nova é que a significância do nosso trabalho não tem nada a ver com nossos títulos ou com o que fazemos.  Significância tem tudo a ver com a condição do nosso coração.  Isto porque nosso coração – nossas motivações interiores – é que determinam como realizamos nosso trabalho. 

Contratei muitas pessoas ao longo dos anos e, admito, fiz um trabalho deficiente em muitas ocasiões.  Eu tinha a tendência de encarar as pessoas muito positivamente quando as entrevistava, achando que eram exatamente o que procurávamos.  Sabendo o que sei hoje, eu faria perguntas diferentes aos candidatos a um emprego durante uma entrevista.   Eu tentaria determinar qual seria sua atitude se lhes pedissem que realizassem tarefas comuns ou mesmo humilhantes, como limpar banheiros ou varrer o chão da empresa.  A resposta a essas perguntas poderia revelar muito sobre o quanto eles se encaixariam em nossa equipe. 

Um dos meus personagens preferidos do Antigo Testamento da Bíblia é um homem que entendeu isso.  José (sua história começa em Gênesis 37) teve um caminho difícil a maior parte de sua vida.  Começou quando ele foi vendido como escravo por seus irmãos. Como escravo, ele desempenhou suas funções de forma admirável e acabou sendo elevado a uma posição de grande responsabilidade até ser falsamente acusado e aprisionado.  Na prisão, ele novamente fez o melhor em suas circunstâncias e foi alçado ao cargo de administrador até ser libertado.

Depois de solto, José ganhou outra promoção, desta vez tornando-se o segundo no governo de todo o Egito, reportando-se somente a Faraó.   Em cada uma dessas ocasiões, José não teria sido promovido se não tivesse trabalhado com todo seu coração “como se trabalhasse para o Senhor”, como instrui Colossenses 3:23 a todo aquele que crê e segue a Deus. 

Portanto, se você se acha numa posição que não aprecia ou sente indigna de suas qualificações, reconheça que Deus está olhando o seu coração.  Ele precisa que você seja fiel nas pequenas coisas, antes que possa levá-lo a lidar com maiores responsabilidades. 

Considere o que Jesus disse a Seus seguidores sobre a importância de serem bons mordomos, não apenas de bens materiais, mas também do trabalho e das oportunidades que Ele nos dá:  “O senhor respondeu: Muito bem, servo bom e fiel!  Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito.  Venha e participe da alegria do seu senhor!”  (Mateus 25:21). 

Próxima semana tem mais!


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

So tem mulher quem pode…

Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém.
Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro.
Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Flores também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.
Respeite a natureza. Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia.
Não faça sombra sobre ela. Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.
É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay. Só tem mulher quem pode!

Luiz Fernando Veríssimo

Fé e Ambiente de Trabalho

Por Rick Boxx

Há controvérsias sobre o expressar crenças espirituais no ambiente de trabalho. Algumas pessoas acreditam que qualquer declaração de fé no ambiente profissional é imprópria, como se em algum lugar existisse um documento que ordenasse explicitamente a “separação entre fé e trabalho”. Outros argumentariam que verbalizar o que se crê é o direito inerente de uma pessoa, não importa onde isso aconteça. Quem está certo? 

Meu amigo Preston Bowman, em recente postagem em seu blog, discutindo seu ponto de vista sobre a conveniência de misturar-se negócios e religião, ofereceu sábio conselho: “Se você é alguém para quem Deus é uma parte muito real de sua vida”, escreveu Preston, “não esconda nem imponha isto. Fale livre e naturalmente sobre sua vida, seus valores e suas crenças”. Entretanto, ele alertou: “Jamais use Deus ou uma linguagem religiosa para impressionar alguém ou progredir nos negócios”.

Essa perspectiva se encaixa muito bem com a abordagem endossada pelo apóstolo Paulo quando escreveu no Novo Testamento da Bíblia: “Nós não somos como muitas pessoas que entregam a mensagem de Deus como se estivessem fazendo um negócio qualquer. Pelo contrário, foi Deus quem nos enviou, e por isso anunciamos a Sua mensagem com sinceridade na presença dele, como mensageiros de Cristo” (II Coríntios 2.17). 

Você já encontrou alguém que tentou usar a religião ou espiritualidade como ferramenta de marketing? Talvez incluindo uma frase religiosa ou uma passagem da Bíblia num cartão de negócios ou papel timbrado a fim de identificar-se para outros “crentes”? Isto não quer dizer que devemos nos envergonhar de sustentar com sinceridade nossas crenças, mas exibi-las com o propósito primário de tentar progredir nos negócios ou atrair mais clientes é, como Paulo afirmou “negociar a Palavra de Deus visando lucro”. 

Além disso, há momentos em que é aceitável falar sobre assuntos de fé e momentos em que não é. A menos que você tenha sido contratado como capelão da organização, a descrição de suas tarefas provavelmente não inclui pregar sermões ou manter longos diálogos espirituais durante o horário de trabalho. Uma das melhores maneiras de comunicarmos com eficácia nossa fé é realizando nosso trabalho com excelência. E isto significa concentrarmo-nos em nossas tarefas.

Se alguém lhe perguntar sobre fé no decorrer de um dia de trabalho, você deve “...Estar sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que expliquem a esperança que vocês têm” (I Pedro 3.15). Contudo, o exato momento em que a pergunta é feita pode não ser o melhor momento para a resposta. Pode ser mais conveniente dar um jeito de discutir o assunto durante o almoço ou no intervalo para o café, para que ninguém possa acusá-lo de não dar o melhor do seu trabalho à sua empresa, em todo o tempo.  

Outra consideração é se nossas ações são consistentes com o que dizemos. Alguém já disse: “Se o seu caminhar não se alinha com o que você diz, quanto menos você falar melhor”. Vivemos num mundo onde todos têm crenças e opiniões de toda natureza. A única forma de saber que eles sinceramente crêem no que dizem é ver se sua vida e suas palavras estão em concordância. Jesus disse: “...A luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu” (Mateus 5.16). 

Assim, respondendo se é ou não conveniente expressar nossas crenças no ambiente de trabalho, minha resposta é: não tema falar sobre seus valores, mas somente se eles forem sinceros e autênticos!

Próxima semana tem mais!


terça-feira, 11 de outubro de 2011

O que será que nos tem alegrado?

122 pares de sapatos e ela não encontrava um que servisse para aquela festa. 20 ternos e ele estava achando todos um lixo.

Geladeira cheia e o menino batia a porta por não encontrar uma coisa gostosa. Calmante forte, com tarja preta e receita, mas eles não conseguiam dormir.

Casa de luxo na praia, mas estava fechada a mais de meses. Celular, DVD, Notebook, Câmera digital os mais modernos e muita, muita insatisfação.

Estamos nos armando de tudo o que é tipo de tranqueira material para suprir o vazio que nada preenche.

Vamos ao supermercado esperando encontrar felicidade nas prateleiras, mas voltamos frustrados, com o carro cheio e a alma vazia.

E nada sacia o homem, quanto mais ele acumula, quanto mais possui, mais vazio vai se tornando. Nunca o homem teve tanto acesso a Deus e nunca ficou tão distante como agora, tantos templos, tantas religiões, tantas definições e ideologias, e mesmo assim, o homem se afasta cada vez mais.

Você quer saber onde está Deus? Olhe para a sua vida, como você trata os seus, olhe para a sua casa, reveja suas atitudes diárias. Os atos falam mais do que as palavras e tudo o que fazemos, são as verdadeiras orações que levamos até Ele.

E mail do marido, para a mulher que viajou…

Querida, está tudo em ordem durante sua ausência. Aquela senhora que você contratou para cuidar da casa durante a sua viagem ficou doente e não pode vir, mas estou me virando bem.

Estou preparando meu próprio jantar.
Só não estou limpando a casa nem lavando a roupa suja.

Está dando tudo certo. Ontem fiz batata frita. Ficou bom. Era preciso descascar a batata? A panela de pressão ficou bem suja, aí a deixei de molho no sabão em pó com um pouco de WD.

Quanto tempo precisa pra cozinhar ovos? Já deixei eles fervendo por duas horas, mas ficaram duros que nem pedra.. Da próxima vez, vou deixar mais tempo.

Ontem tive um contratempo cozinhando as ervilhas. Coloquei a lata no microondas e ele explodiu. Acho que tinha que abrir a lata, né? Mas hoje vou fazer um macarrão, que é bem mais fácil. Até já deixei ele de molho na água fria, pra cozinhar mais rápido, já que o micro-ondas quebrou.

Já aconteceu contigo de a louça suja criar mofo? Como é possível isso acontecer em tão pouco tempo?

Aliás, atrás da pia tem de tudo que é bicho, daqui a pouco vai dar pra fazer um documentário e vender pro Nacional Geografic. hehehehe, brincadeirinha!!!

No domingo eu emporcalhei o tapete persa com molho de tomate e mostarda do cachorro quente. Você sempre me dizia que mancha de molho de tomate não sai. Passei um pouco de gasolina que tirei do carro, e a mancha saiu. Ficou meio branco no lugar, mas arrastei o sofá em cima da mancha e nem dá pra perceber. Até você voltar, o cheiro deverá desaparecer.

A geladeira estava criando muito gelo, então tive que fazer um defrost nela. O gelo sai fácil se você raspar ele com uma espátula de pedreiro! Ficou ótimo, foi fácil e rápido, agora a geladeira está gelando bem pouco, acho que vai demorar bastante pra juntar gelo de novo.

No mais, na última quinta-feira quando sai para o trabalho acho que me esqueci de trancar a porta. Alguém deve ter entrado no nosso apartamento porque estão faltando alguns objetos, inclusive aquele vaso de marfim que seu bisavô trouxe da África. Mas como você sempre diz o dinheiro não traz felicidade, e tudo que é material é efêmero. O seu guarda-roupa também está meio vazio, mas acho que não devem ter levado muita coisa, afinal você sempre diz que nunca tem nada pra vestir. Ah, também não achei seus sapatos.

Sei que está pensando nas suas plantas, mas eu estou molhando elas direitinho. Até fervi a água ontem, pois estava muito frio e achei que não ia fazer bem molhar elas com água fria.

Beijos mil, com muito carinho, do seu querido Afonso.

PS: Sua mãe deu uma passada aqui pra ver como estavam as coisas. Ela entrou e começou a gritar, e daí sofreu um infarto.
O velório foi ontem à tarde, mas preferi não te contar pra não te
aborrecer à toa.

Volte logo, estou com saudades....

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Os loucos, os tolos e os deuses…

Ed René Kivitz

Limite para liberdade soa como contra senso. Mas não é. A razão é simples: dividimos o mundo com mais de 6 bilhões de pessoas. Quem leu Freud sabe disso: “a civilização descreve a soma integral das realizações e regulamentos que distinguem nossas vidas das de nossos antepassados animais, e que servem a dois intuitos, a saber: o de proteger os homens contra a natureza e o de ajustar os seus relacionamentos mútuos”.

Em outras palavras, para sobreviver num universo hostil, cujas forças da natureza espalham sofrimento e desolação, e em meio às gentes dominadas por paixões e com tendências à violência, o ser humano precisa engolir o sapo de aceitar limites à sua liberdade. Não é sem razão que muita gente vive com ânsias de vômito.

A questão, portanto, é distinguir quais são os tais limites à liberdade que devem ser aceitos daqueles contra os quais devemos nos rebelar. Há os que escolhem a própria consciência como paradigma único: eu sou assim; faço o que quero; não admito negociar meus valores; não me submeto a regras idiotas; não me curvo às autoridades; me recuso a manter minha consciência nas fronteiras do socialmente aceitável e politicamente correto.

Muitos desses foram loucos, ou rebeldes sem causa, idiotinhas vendendo a alma pelos seus 15 minutos de fama, alguns tantos movidos pelos demônios dos infernos, e outros inescrupulosos prepotentes, coisa de mau caratismo mesmo. Mas não há como negar que muitos desses que pensaram e viveram fora da caixa foram profetas construtores de novos paradigmas de civilização, personalidades à frente de seu tempo que hoje reverenciamos, e um deles até hoje é considerado Deus – Jesus de Nazaré.

Esses últimos tinham em comum que quase nenhum escolheu ser quem foi, quase todos lutaram com todas as forças tentando negar o que eram e, com uma exceção, jamais imaginaram que no futuro ocupariam a prateleira das personalidades inspirativas da humanidade. Quem acredita que é, quase sempre não é.

A maioria dos mortais, entretanto, escolhe viver nos limites da média dos valores consensados por suas respectivas sociedades. Os lúcidos questionam os valores coletivos à luz de seus valores pessoais e aceitam o fato inevitável de que o jogo comunitário exige três passos para frente, dois passos para trás, e humildemente submetem suas convicções particulares ao crivo coletivo, acreditando que no conflito e no debate das ideias, a média dos valores consensados vai sendo qualificada no esforço de todos pelo bem comum.

Os limites às liberdades individuais são definidos, portanto, pela média dos valores consensados por uma sociedade. Cada sociedade tem seus valores considerados sagrados ou intocáveis. Em 2005, o jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou as 12 caricaturas intituladas “Os rostos de Maomé” que, em janeiro de 2006, foram também publicadas na revista norueguesa Magazinet. A polêmica foi grande e os grupos islâmicos radicais protestaram com veemência o fato de alguém ousar fazer humor com Allah e Maomé.

O mesmo acontece com a comunidade judaica que legitimamente protesta contra o desrespeito à memória do Holocausto, e com os negros que corretamente se ofendem com as piadas de cunho racista. Mas no Brasil sobram anedotas com o Cristo crucificado.

A diferença é clara: cada sociedade tem sua média consensada de valores considerados sagrados, seus níveis de tolerância para as diferentes maneiras como podem ou devem ser tratados, e sua índole peculiar que permite maior e menor flexibilidade na manipulação de seus afetos. Essa é a razão porque os brasileiros somos capazes de chorar o luto dos nossos ídolos e contar piadas a respeito deles ao mesmo tempo. Ayrton Senna recebeu tanto o melhor do nosso riso quanto de nossas lágrimas.

Mas uma coisa não se pode negar. Quando alguém cruza a linha e resvala, ainda que irresponsável e displicentemente, no que é considerado sagrado e intocável por uma sociedade, qualquer que seja ela, a resposta é imediata e contundente. O comentário de Rafinha Bastos a respeito de Wanessa Camargo e seu ventre materno extrapolou os limites aceitáveis.

No Brasil, você pode contar piada sobre Jesus, José e Maria, mas não pode fazer graça com pedofilia. Quem não respeita limites impostos pelo consenso para a sua liberdade, cedo ou tarde acaba crucificado. O tempo se encarrega de mostrar se o morto será esquecido como louco, sepultado como tolo, ou adorado como Deus.