segunda-feira, 10 de novembro de 2008

CARTA DE UMA MÃE PORTUGUESA A UM FILHO...

Lisboa, Portugal, 17 do onze de dois mil e cinco.

Querido filho:

Escrevo-te estas linhas para que saibas que a mãe está viva. Vou escrever bem devagar pois sei que não consegues ler depressa. Caso estejas sem tempo de escrever à mãe, manda uma carta dizendo que quando estiveres mais tranqüilo vais mandar notícias. Se tu viesses hoje aqui em casa não irias reconhecer mais nada, porque mudamos de casa.

Temos agora uma máquina de lavar roupa. Mas não trabalha muito bem. Na semana passada pus lá 14 camisas, apertei o botão e nunca mais as vi. Vai ver que esta marca Hydra não é das melhores.

Tua irmã Maria está grávida.. Mas ainda não sabemos se vai ser menino ou menina. Portanto, não podemos te dizer se vais ser tio ou tia.

Teu pai arranjou um bom emprego. Tem 12.300 homens abaixo dele. É o responsável pelo corte da grama do cemitério.

Quem anda sumido é teu tio Venâncio, que morreu no ano passado. Lembra-te do teu tio Joaquim? Então, afogou-se no mês passado num depósito de vinho. Oito compadres dele tentaram salvá-lo, mas o tio lutou bravamente contra eles. O corpo foi cremado há duas semanas. Levaram oito dias para apagar o incêndio.

Os engarrafadores de refrigerante aqui finalmente tiveram uma grande idéia de colocar uma indicação na tampinha, dizendo "abra por aqui". Facilitou-nos muito a vida.. Espero que os daí façam a mesma coisa. Caso esteja difícil para ti, manda-me algumas garrafas, que a mãe abre por aqui.

Teu irmão, João, continua o mesmo de sempre. Semana passada fechou o carro com as chaves dentro. Perdeu um tempão indo até a casa pegar a cópia da chave, para poder tirar-nos todos de dentro do automóvel.. Estava um calor de rachar.

Por falar em calor, o tempo aqui está muito estranho. Esta semana só choveu duas vezes. Na primeira vez choveu durante 3 dias. Na outra vez choveu durante 4 dias.

Esta carta te mando através do Gabriel, que vai amanhã para aí. A propósito, será que podes pegá-lo no aeroporto? Lembrei de uma coisa importante. Terás um problema para falar com a mãe, caso decidas escrever-me. Não sei o endereço desta casa nova. A última família que morou aqui, antes de nós, também era portuguesa e levou a placa da rua e o número da casa para não precisar mudar de endereço. Se encontrares a Teresa, dê-lhe um alô da minha parte. Caso não a encontres, não precisas dizer nada.

Adeus.

Tua mãe que te ama.

Fátima Manoela da Alcova

P.S.: Ia mandar-te 2000 euros, mas fica para outra vez. Já fechei o envelope.
 

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Dicas de português para as melhores estudiosas do assunto!

1. Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc.

2. É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico.

3. Anule aliterações altamente abusivas.

4. não esqueça as maiúsculas no inicio das frases.

5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.

6. O uso de parêntesis (mesmo quando for relevante) é desnecessário.

7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.

8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou??...então valeu!

9. Palavras de baixo calão, porra, podem transformar o seu texto numa merda.

10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.

11. Evite repetir a mesma palavra pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.

12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os outros não tem ideias próprias".

13. Frases incompletas podem causar

14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes.

15. Seja mais ou menos específico.

16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!

17. A voz passiva deve ser evitada.

18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação

19. Quem precisa de perguntas retóricas?

20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.

21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.

22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!"

23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.

24. Não abuse das exclamações! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!!!

25. Evite frases exageradamente longas pois estas dificultam a compreensão da idéia nelas contida e, por conterem mais que uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.

26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza.

27. Seja incisivo e coerente, ou não.

28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando desta maneira irritante.

29. Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras, carajo! ..nada de mandar esse trem...vixi..entendeu bichinho?

30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá aguentar já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dia 08 de Novembro – Renascer Praise XV

O Renascer Praise é um dos grupos mais conhecidos do Brasil, tanto por suas grandes produções quanto pela história que escreveu na música gospel, em 15 anos de existência desse abençoado ministério de louvor.

Primeiro grupo a lançar um DVD gospel no Brasil, o Renascer Praise também inovou ao gravar, pela primeira vez, um DVD no exterior. Israel foi o país escolhido para esse feito. O grupo foi pioneiro ainda ao utilizar grandes espaços e auditórios para suas apresentações, como Estádio do Pacaembu, Ginásio do Ibirapuera, Credicard Hall e Via Funchal, entre outros.

Para comemorar seus 15 anos, o Renascer Praise, que conta com mais de 200 integrantes e é liderado pela Bispa Sônia Hernandes, vai gravar o CD e DVD "Reinando em Vida". Serão dezenas de músicos, cantores, bailarinos, coristas, instrumentistas e produtores, que têm se preparado ao longo de vários meses para a gravação do Renascer Praise XV. O show vai acontecer no dia 08 de novembro, na Sede Internacional da Igreja Renascer em Cristo, que fica na Av. Lins de Vasconcelos, 1.108, no bairro do Cambuci, em São Paulo.

As gravações serão realizadas em duas sessões: às 17h e às 20h, ambas com a participação da Bispa Sônia e do Apóstolo Estevam Hernandes, que, juntos, ministrarão direto de Miami, nos EUA. Mais uma vez, o Renascer Praise inova juntando duas nações para, simultaneamente, declarar o Senhorio do Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Gospel FM está organizando uma caravana para levar você, ouvinte à gravação do Renascer Praise XV. Para fazer sua reserva ligue (21) 3624-4630 ou (21) 9902-7371 e fale com o Pr. Marcelo Lima - acesse: www.renascerpraise.com.br



Serviço:
Data: 08/11/2008
Local: Sede Internacional da Igreja Renascer em Cristo
Endereço: Av. Lins de Vasconcelos, 1.108 – Cambuci
Horário: 17h e 20h
Informações: (11) 3277-6620 – AW Produções
Valor do Ingresso: Setor A – R$ 60,00
Setor B – R$ 40,00
Setor C – R$ 30,00
Imprensa: Pra. Adriana Bernardo – 7863-2323

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Como Funciona o Mercado De Ações...

Uma vez, num vilarejo do interior, apareceu um homem anunciando aos aldeões que compraria burros por R$100,00 cada. Os aldeões sabendo que havia muitos burros na região, iniciaram a caça aos burros.

O homem comprou centenas de burros a R$100,00 e então os aldeões diminuíram seu esforço na caça. Então o homem anunciou que agora pagaria R$200,00 por cada burro e os aldeões renovaram seus esforços e foram novamente à caça.
        Logo, os burros foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca. A oferta aumentou para R$250,00 e a quantidade de burros ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça.
        O homem então anunciou que agora compraria cada burro por R$500,00! Entretanto, como iria à cidade grande, deixaria seu assistente cuidando da compra dos burros.
        Na ausência do homem, seu assistente disse aos aldeões:

        - Estão vendo todos estes burros que o homem vos comprou?. Eu posso vendê-los por R$350,00 a vocês e quando o homem voltar da cidade, vocês podem vender-lhos de volta por R$500,00 cada.
        Os aldeões, espertos, pegaram em todas as suas economias e  compraram todos os burros ao assistente.
        Eles nunca mais viram o homem ou seu assistente, somente burros por todos os lados.

Agora você entendeu como funciona o mercado de ações...

 
 

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Marido Esperto...

Fascinado com as tarefas domésticas, o marido resolveu lavar sua própria camiseta.
Pouco depois de ter chegado perto da máquina de lavar, gritou para a esposa:
- Que programa de lavagem devo usar na máquina?
- Depende da roupa, respondeu a esposa. O que diz na camiseta?
Ele gritou, outra vez, muito feliz:
- 'Eu amo Floripa'!

Desabafo da esposa:
- E ainda falam das loiras!

OS DEZ MANDAMENTOS PARA VIVER BEM COM CHEFE

  1. Nunca fale mal do chefe.
  2. Nunca ofusque o chefe, seja, na roupa, seja no estilo.
  3. Nunca culpe o chefe, principalmente quando a culpa for dele.
  4. Não assuma responsabilidades que são do chefe.
  5. Não interrompa quando o chefe estiver falando.
  6. Nunca diga "Chefe, temos um problema". O chefe quer soluções, não problemas.
  7. Nunca pergunte se uma tarefa é urgente. Se o chefe pediu, então é urgente.
  8. Não trate seu chefe com intimidade na frente dos outros.
  9. Nunca diga que cometeu um erro porque não entendeu a ordem do chefe.
  10. Nunca tente explicar algo que o chefe falou.  Chefes não gostam de subordinado porta-voz.

  Max Gehringer – Lições de Sucesso – Aprenda a lidar com o seu Chefe

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A Arte de Saber Mandar

Por Alexandra Stella


 

Diferente do chefe, a primeira tarefa do líder é aprender a ser um líder. "Ser poderoso é como ser uma senhora. Se tem de dizer aos outros que o é, então é porque não é." (Margaret Thatcher).

A diferença entre um chefe e um líder é a postura de cada um frente às necessidades de uma organização. Hoje, o diferencial de qualquer negócio está diretamente ligado aos talentos humanos. Na verdade, não seria bem hoje. É bem que provável que, daqui pra frente, seja assim. Então, administrar a Gestão de Pessoas, permitir a abertura para diálogos e orientar o colaborador é ponto-chave para qualquer empresa.

Ainda há quem valorize mais o controle do que o desenvolvimento da equipe, mas de forma geral a coisa não anda muito boa para o lado do chefe. A postura carrancuda, a valorização da obediência ao invés do aprendizado, e o respeito que vem do medo (principalmente do medo de perder o emprego) e não da admiração, já fazem parte de conceitos mais do que ultrapassados de liderança.

A figura do chefe saiu de moda. E parece que saiu para sempre. O que todo mundo espera é responder a alguém que cative pelo comportamento e que transmita confiança, ou seja, alguém cujo poder encontra-se mais na forma de fazer do que no cargo em que ocupa. Em outras palavras, um líder mesmo.

Mais do que o poder de delegar, o que conta mesmo é a relação saudável entre líder e colaborador, desde que ambos sejam capazes de responder aos desafios das atividades do dia-a-dia, claro. Sabemos que sempre haverá os colaboradores eternamente insatisfeitos e, além disso, como nem tudo são flores, é normal que existam também algumas divergências. Na verdade, desde que sejam na medida certa, são até saudáveis, favorecem o questionamento e impulsionam o crescimento. Quanto mais transparente for a relação entre os dois, maior será a satisfação da equipe e a retenção de talentos.

Mas um líder não nasce do dia para a noite. O famoso bordão "a vida é a melhor escola" pode até ser verdadeiro, mas não se aplica à prática da liderança que pode (e deve), ser aprimorada continuamente, por meio de cursos, treinamentos, mentoring, coaching etc. Como o capital intelectual é a principal fonte de riqueza de uma organização, é preciso investir na formação de um líder para que ele seja muito mais do que um bom chefe. Investir na equipe é (sim) muito importante, mas antes disso, é preciso pensar naquele que é responsável por ela.

O papel do líder passa longe do poder enquanto definição semântica, porque o líder de verdade, a quem aqui nos referimos, é aquela pessoa que troca experiências, que compartilha conhecimentos, que orienta e que influencia diretamente a equipe sempre no sentido de colocá-la pra frente, de motivá-la. Você já ouviu ou falou algo do tipo "se meu chefe não se importa, eu lavo as minhas mãos?". É porque é pelo líder que um funcionário acredita e não na organização em que trabalha, mesmo aqueles que nem pensam nisso. E isso faz toda a diferença.

Primeiramente é preciso conhecimento e vontade de liderar. O líder precisa querer orientar a equipe para o planejamento das ações. Ele tem que desejar ser transparente quanto aos seus valores, objetivos e metas. Deve também incentivar, estimular o autodesenvolvimento, advertir quando necessário e investir nos recursos internos. E mais: precisa enxergar o sucesso dele na equipe. Resumindo, "quem quiser ser líder deve ser primeiro servidor. Se você quiser liderar, deve servir", disse certa vez ninguém mais que Jesus Cristo.

Nenhuma equipe se desenvolve com um líder despreparado ou falsamente preparado (sim, porque assim como os falsos profetas, há uma porção de falsos líderes espalhados por aí). Por isso, cuide bem do solo antes de semear nele a sua melhor semente. Esta é a primeira tarefa de uma organização voltada para a forma assertiva e sustentável de crescimento, porque a falta de preparo reflete diretamente na falta de motivação e comprometimento como um todo. O líder está na linha de frente; suas atitudes vão refletir diretamente na conduta dos funcionários, e isso com certeza vai impactar resultados, sempre.


 

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Desde criança...

Posted by Picasa

Assistente Social dá jeito até no inferno...

Uma Assistente Social desceu os portões do inferno e foi admitida.
Mal havia chegado já estava insatisfeita com o baixo nível de higiene e de saúde das pessoas no inferno. Logo começou a fazer projetos e várias ações para coibir aquele caos. Pouco tempo depois já não havia no inferno o insuportável mau hálito nas pessoas.

Ninguém mais reclamava de dores e mal estar, os banheiros tinham higiene e sala de repouso e, por conseguinte, estavam mais limpos e cheirosos.
As pessoas eram orientadas sobre hábitos de vida e prevenção de doenças. Eram acompanhadas através de análises diárias e com controle de satisfação e exames físicos.
A Assistente Social era muito popular por lá.

Um dia, São Pedro chamou o diabo ao telefone e perguntou, ironicamente:

- E então, como estão as coisas aí embaixo?
E o diabo respondeu:

- Uma maravilha! Agora aqui todos se beijam, sorriem uns aos outros, não existem doentes, queixosos, as pessoas estão mais felizes... se alimentando melhor... Isso sem falar no que a nossa Assistente Social está planejando para breve!

Do outro lado da linha, surpreso, São Pedro exclamou:
O quê ?! Vocês têm uma Assistente Social aí ? Isso foi um engano!
Assistentes Sociais nunca vão para o inferno. Mande-a subir aqui,imediatamente!

O diabo respondeu: - Sem possibilidade! Eu gostei de ter uma A.S. e continuarei mantendo-a aqui.
São Pedro, já mais irritado, fala em tom de ameaça:
- Mande-a para cá agora, ou tomarei as medidas legais necessárias.
Eis que o diabo soltou uma gargalhada:
- Hahahaha! Onde você vai arrumar um Advogado? Estão todos aqui...
 
Assistente Social dá jeito até no inferno!


 

Jesus era... peripatético!

(Max Gehringer)

Numa das empresas em que trabalhei, eu fazia parte de um grupo de treinadores voluntários.

Éramos coordenados pelo chefe de treinamento, o professor Lima, e tínhamos até um lema: 'Para poder ensinar, antes é preciso aprender' (copiado, se bem me recordo, de uma literatura do Senai).

Um dia, nos reunimos para discutir a melhor forma de ministrar um curso para cerca de 200 funcionários. Estava claro que o método convencional – botar todo mundo numa sala – não iria funcionar, já que o professor insistia na necessidade da interação, impraticável com um público daquele tamanho. Como sempre acontece nessas reuniões, a imaginação voou longe do objetivo, até que, lá pelas tantas, uma colega propôs usarmos um trecho do Sermão da Montanha como tema do evento.

E o professor, que até ali estava meio quieto, respondeu de primeira. Aliás, pensou alto: 'Jesus era peripatético...' Seguiu-se uma constrangida troca de olhares, mas, antes que o hiato pudesse ser quebrado por alguém com coragem para retrucar a afronta, dona Dirce, a secretária, interrompeu a reunião para dizer que o gerente de RH precisava falar urgentemente com o professor. E lá se foi ele, deixando a sala à vontade para conspirar.

'Não sei vocês, mas eu achei esse comentário de extremo mau gosto' disse a Laura.

'Eu nem diria de mau gosto, Laura. Eu diria ofensivo mesmo' emendou o Jorge, para acrescentar que estava chocado, no que foi amparado por um silêncio geral.

'Talvez o professor não queira misturar religião com treinamento' ponderou o Sales, que era o mais ponderado de todos. 'Mas eu até vejo uma razão para isso...'

'Que é isso, Sales? Que razão?'

'Bom, para mim, é óbvio que ele é ateu.'

'Não diga!'

'Digo. Quer dizer, é um direito dele. Mas daí a desrespeitar a religiosidade alheia...'

Cheios de fúria, malhamos o professor durante uns dez minutos e, quando já o estávamos sentenciando à fogueira eterna, ele retornou. Mas nem percebeu a hostilidade. Já entrou falando: 'Então, como ia dizendo, podíamos montar várias salas separadas e colocar umas 20 pessoas em cada uma. É verdade que cada treinador teria de repetir a     mesma apresentação várias vezes, mas... Por que vocês estão me olhando desse jeito?!'

'Bom, falando em nome do grupo, professor, essa coisa aí de peripatético, veja bem...'

'Certo! Foi daí que me veio a idéia. Jesus se locomovia para fazer pregações, como os filósofos também faziam, ao orientar seus discípulos. Mas Jesus foi o Mestre dos Mestres, portanto a sugestão de usar o Sermão da Montanha foi muito feliz. Teríamos uma bela mensagem moral e o deslocamento físico... Mas que cara é essa?!...'

Peripatético quer dizer 'o que ensina caminhando ao ar livre'.

E nós ali, encolhidos de vergonha. Bastaria um de nós ter tido a humildade de confessar que desconhecia a palavra que o resto concordaria e tudo se resolveria com uma simples ida ao dicionário.

Isto é, para poder ensinar, antes era preciso aprender.

Finalmente, aprendemos. Duas coisas:

A primeira é: o fato de todos estarem de acordo não transforma o falso em verdadeiro.

E a segunda é que a sabedoria tende a provocar discórdia, mas a ignorância é quase sempre unânime

Quantas pessoas são necessárias para se trocar uma lâmpada queimada??

Depende ...

Gays ?
Seis: um para trocar e cinco para ficar gritando: Linda! Poderosa! Maravilhosa!Divina! Tuuudoo!

Peruas ?

Duas: uma chama o eletricista e a outra prepara os drinques.

Psicólogos ?

Apenas um, mas a lâmpada PRECISA QUERER ser trocada.

Loiras ?

Cinco: uma para segurar a lâmpada e outras quatro para girarem a cadeira.

Consultores ?

Dois... Um sempre abandona o trabalho no meio do projeto.

Bêbados ?

Um, só pra segurar a lâmpada, enquanto o teto vai rodando.

Analistas de sistemas ?

Trocar pra quê ! Não tem problema algum com a lâmpada velha, porque nos testes aqui no escritório ela funcionava bem...

Ativistas Gays ?

Nenhum. A lâmpada não precisa mudar para ser aceita pela sociedade.

Cantores sertanejos ?

Dois: um troca a lâmpada e o outro escreve uma canção sobre os bons tempos da lâmpada antiga...

Machões ?

Nenhum: macho não tem medo de escuro.

Patricinhas ?

Duas: uma pra segurar a Coca Light e outra pra chamar o papai.

Argentinos ?

Um só: ele segura a lâmpada e o mundo gira ao seu redor.

Mulher com TPM ?

Só ela ! Sozinha ! ! !

Porque ninguém, dentro desta casa sabe como trocar uma lâmpada! São um bando de IMPRESTÁVEIS !!!
Eles nem percebem que a lâmpada queimou! Eles podem ficar em casa no escuro por três dias antes de notar que a bosta da lâmpada queimou! E quando eles notarem , vão passar mais cinco dias esperando que EU troque a lâmpada, porque eles acham que eu sou a ESCRAVA deles!!!
E quando eles se derem conta de que eu não vou trocar a lâmpada, eles ainda vão ficar mais dois dias no escuro porque não sabem que as lâmpadas novas ficam dentro da droga da despensa!
E se, por algum milagre, eles encontrarem as lâmpadas novas,
vão arrastar a poltrona da sala até o lugar onde está a lâmpada queimada e vão arranhar o piso todo, porque são INCAPAZES de saber onde a escada fica guardada! É inútil esperar que eles troquem a lâmpada, então sou eu mesmo quem vai trocá-la!
E como eu sou uma mulher independente, vou lá e troco!

E SOME DA MINHA FRENTE !!!


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Prá gente entender a crise americana...

Paul comprou um apartamento, no começo dos anos 90, por 300.000 dólares financiado em 30 anos. Em 2006 o apartamento do Paul passou a
valer 1,1 milhão de dólares. Aí, um banco perguntou pro Paul se ele não queria uma grana emprestada, algo como 800.000 dólares, dando seu
apartamento como garantia. Ele aceitou o empréstimo, fez uma nova hipoteca e pegou os 800.000 dólares.

Com os 800.000 dólares. Paul, vendo que imóveis não paravam de valorizar, comprou 3 casas em construção dando como entrada algo como
400.000 dólares. A diferença, 400.000 dólares que Paul recebeu do banco, ele se comprometeu: comprou carro novo (alemão) pra ele, deu um
carro (japonês) para cada filho e com o resto do dinheiro comprou tv de plasma de 63 polegadas, 43 notebooks, 1634 cuecas. Tudo financiado,
tudo a crédito. A esposa do Paul, sentindo-se rica, sentou o dedo no cartão de crédito.

Em agosto de 2007 começaram a correr boatos que os preços dos imóveis estavam caindo. As casas que o Paul tinha dado entrada e estavam em
construção caíram vertiginosamente de preço e não tinham mais liquidez...

O negócio era refinanciar a própria casa, usar o dinheiro para comprar outras casas e revender com lucro. Fácil....parecia fácil. Só que todo
mundo teve a mesma idéia ao mesmo tempo. As taxas que o Paul pagava começaram a subir (as taxas eram pós fixadas) e o Paul percebeu que
seu investimento em imóveis se transformara num desastre.

Milhões tiveram a mesma idéia do Paul. Tinha casa pra vender como nunca. Paul foi agüentando as prestações da sua casa refinanciada, mais as
das 3 casas que ele comprou, como milhões de compatriotas, para revender, mais as prestações dos carros, as das cuecas, dos notebooks,
da tv de plasma e do cartão de crédito. Aí as casas que o Paul comprou para revender ficaram prontas e ele
tinha que pagar uma grande parcela. Só que neste momento Paul achava que já teria revendido as 3 casas mas, ou não havia compradores ou os
que havia só pagariam um preço muito menor que o Paul havia pago. Paul se danou. Começou a não pagar aos bancos as hipotecas da casa que ele
morava e das 3 casas que ele havia comprado como investimento. Os bancos ficaram sem receber de milhões de especuladores iguais a Paul.

Paul optou pela sobrevivência da família e tentou renegociar com os bancos que não quiseram acordo. Paul entregou aos bancos as 3 casas
que comprou como investimento perdendo tudo que tinha investido. Paul quebrou. Ele e sua família pararam de consumir...

Milhões de Pauls deixaram de pagar aos bancos os empréstimos que haviam feito baseado nos preços dos imóveis. Os bancos haviam
transformado os empréstimos de milhões de Pauls em títulos negociáveis. Esses títulos passaram a ser negociados com valor de
face. Com a inadimplência dos Pauls esses títulos começaram a valer pó.

Bilhões e bilhões em títulos passaram a nada valer e esses títulos estavam disseminados por todo o mercado, principalmente nos bancos
americanos, mas também em bancos europeus e asiáticos. Os imóveis eram as garantias dos empréstimos, mas esses empréstimos
foram feitos baseados num preço de mercado desse imóvel... Preço que despencou. Um empréstimo foi feito baseado num imóvel avaliado em
500.000 dólares e de repente passou a valer 300.000 dólares e mesmo pelos 300.000 não havia compradores.

Os preços dos imóveis eram uma bolha, um ciclo que não se sustentava, como os esquemas de pirâmide, especulação pura. A inadimplência dos
milhões de Pauls atingiu fortemente os bancos americanos que perderam centenas de bilhões de dólares. A farra do crédito fácil um dia acaba.
Acabou.

Com a inadimplência dos milhões de Pauls, os bancos pararam de emprestar por medo de não receber. Os Pauls pararam de consumir porque
não tinham crédito. Mesmo quem não devia dinheiro não conseguia crédito nos bancos e quem tinha crédito não queria dinheiro
emprestado.

O medo de perder o emprego fez a economia travar. Recessão é sentimento, é medo. Mesmo quem pode, pára de consumir.

O FED começou a trabalhar de forma árdua, reduzindo fortemente as taxas de juros e as taxas de empréstimo interbancários. O FED também
começou a injetar bilhões de dólares no mercado, provendo liquidez. O governo Bush lançou um plano de ajuda à economia sob forma de
devolução de parte do imposto de renda pago, visando incrementar o consumo porém essas ações levam meses para surtir efeitos práticos.
Essas ações foram corretas e, até agora não é possível afirmar que os EUA estão tecnicamente em recessão.

O FED trabalhava. O mercado ficava atento e as famílias esperançosas. Até que na semana passada o impensável aconteceu. O pior pesadelo para
uma economia aconteceu: a crise bancária, correntistas correndo para sacar suas economias, boataria geral, pânico. Um dos grandes bancos da
América, o Bear Stearns, amanheceu, na segunda feira última, quebrado, insolvente.

No domingo o FED, de forma inédita, fez um empréstimo ao Bear, apoiado pelo JP Morgan Chase, para que o banco não quebrasse. Depois disso o
Bear foi vendido para o JP Morgan por 2 dólares por ação. Há um ano elas valiam 160 dólares. Durante esta semana dezenas de boatos
voltaram a acontecer sobre quebra de bancos. A bola da vez seria o Lehman Brothers, um bancão. O mercado e as pessoas seguem sem saber o
que nos espera na próxima segunda-feira.

O que começou com o Paul hoje afeta o mundo inteiro. A coisa pode estar apenas começando. Só o tempo dirá.

E dia 15 de Setembro/2008, o Lehman Brothers pediu falencia, desempregando mais de 26 mil pessoas e provocando uma queda de mais de
500 (quinhentos ) pontos no Indice Dow Jones, que mede o valor ponderado das acoes das 30 maiores empresas negociadas na Bolsa de
Valores de New York - a maior queda em um unico dia, desde a quebra de 1929 ...

Este dia, certamente, será lembrado para sempre na historia do capitalismo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Juvenal e o Emprego...

O Juvenal tava desempregado há meses.
Com a resistência que só os brasileiros têm o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista. Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha exatamente o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe perguntou: - Qual foi seu último salário?
- 'Salário mínimo', respondeu Juvenal.
- Pois se o Senhor for contratado, ganhará 10 mil dólares por mês! - Jura?
- Que carro o Senhor tem?
- Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e um carrinho de mão! - Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa! Tudo zero! - Jura?
- O senhor viaja muito para o exterior?
- O mais longe que fui foi pra Belo Horizonte, visitar uns parentes... - Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc. - Jura?
- E lhe digo mais.... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido. Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor NÃO receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias que eu citei. Então já sabe: se NÃO receber telegrama cancelando até à meia-noite de amanhã, o emprego é seu! Juvenal saiu do escritório radiante.
Agora era só esperar até a meia-noite da 6ª feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito telegrama. Sexta-feira mais feliz não poderia haver.
E Juvenal reuniu a família e contou as boas novas.
Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa à base de muita música. Sexta de tarde já tinha um barril de chope aberto.
Às 9 horas da noite a festa fervia.
A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta.
Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero..
A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pro lado do Juvenal. E a banda tocava!
E o chope gelado rolava!
O povo dançava!
Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro.
Gastara horrores para o bairro encher a pança.
Tudo por conta do primeiro salário.
E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada. Às onze horas e cinqüenta e cinco minutos... Vira na esquina buzinando feito louco, um cara numa motoca amarela... Era do Correio!
A festa parou!
A banda calou!
A tuba engasgou!
Um bêbado arrotou!
Uma velha peidou!
Um cachorro uivou!
Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa?
- Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.
- Joguem água na churrasqueira!
O chope esquentou!
A mulher do Juvenal desmaiou!
A motoca parou!
O cara desceu e se dirigiu ao Juvenal:
- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?
- Si, si, sim, so, so, sou eu...
A multidão não resistiu...
OOOOOHHHHHHHHHHH! !!!!!!!!! !
E o cara da motoca:
- Telegrama para o senhor...
Juvenal não acreditava.. .
Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou para todos. Silêncio total.
Não se ouvia sequer uma mosca!
Juvenal respirou fundo e abriu o envelope do telegrama tremendo, enquanto uma lágrima rolava, molhando o telegrama. Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.
Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.
O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava:
- E agora? Quem vai pagar essa festa toda?
Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava... Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico. - Mamãe morreeeeuuu! -Mamãe morreeeeuuu! !!!!!!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O CARTÃO DE ANIVERSÁRIO DO CHIMPANZÉ

Gênesis 3:1-13

Então, disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. - Génesis 3:12


Não tem muito tempo, a minha esposa pediu-me para escolher um cartão de aniversário tardio para o irmão dela. Procurando no display da livraria, eu encontrei um cartão com um chimpanzé na capa, segurando na mão um telefone.

Isto era o que ele dizia: "É melhor eu não ouvir o quão chateado estás de eu me ter esquecido do teu aniversário. Quer dizer, como é que sabes se eu não estive envolvido num grave acidente de carro, ou deprimido e prostrado num canto qualquer?...Bem, eu posso ter-me esquecido do teu aniversário, mas eu também não recebi nenhum telefonema teu, perguntado-me por que não te liguei... Tudo o que sei é que é bom que tenhas uma boa desculpa para explicares a razão pela qual você não me ligou, cobrando de mim um Feliz Aniversário....!"

Até que ponto as pessoas evitam a verdadeira responsabilidade é quase absurdo, mas não é nada novo. Quando Deus confrontou Adão por ter comido o fruto proibido, ele preferiu culpar a sua mulher e Deus: "A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi." (Gen. 3:12).
Quando fazemos algo de errado, podemos aceitar a verdadeira culpa pelo que fizemos ou transferir a culpa para outros. O modo que agrada a Deus e resulta em crescimento espiritual é aceitarmos a responsabilidade pessoal dos nossos atos. Culpar irracionalmente os outros não é motivo de riso. - Dennis Fisher

UM BOM TESTE AO CARÁTER DE UMA PESSOA É O SEU COMPORTAMENTO QUANDO ESTÁ ERRADA.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

É possível livrar-se das dívidas?

Por Patrícia Bispo


 

Quem já não sentiu preocupação quando o final do mês chega e é hora de fazer as contas para honrar as dívidas? Ou então, ouviu algum conhecido dizer que está com a "mão na cabeça", porque gastou mais do que devia e comprou algo supérfluo? Seja no primeiro ou no segundo caso, muitas pessoas encontram dificuldades para manter o equilíbrio financeiro, ou seja, gastar apenas o que realmente está dentro de sua realidade econômica.
Quando isso ocorre, a preocupação com as dívidas não fica apenas restrita ao ambiente familiar e muitos profissionais, mesmo sem perceber, acabam por deixar os problemas financeiros caminharem para dentro do ambiente de trabalho. O resultado é que o desempenho dessas pessoas termina sendo prejudicado, pois mesmo presentes fisicamente na empresa não conseguem deixar de lado as preocupações com os compromissos que podem ir desde um empréstimo para a aquisição de um carro ou até à quitação de parcelas da casa própria. Não importa o "tamanho" da dívida que foi contraída, a preocupação vai estar voltada para a questão: como vou conseguir pagar o que devo?
Para que os funcionários apresentem um melhor desempenho e não deixem os problemas financeiros tornarem-se um "fantasma", muitas empresas investem na educação financeira dos colaboradores, através da contratação de especialistas que podem dar boas orientações para quem está no "vermelho". Em entrevista concedida ao RH.com.br, Altemir Carlos Farinhas – consultor financeiro, administrador de empresas, pós-graduado em Finanças pela SPEI e autor do livro "Cura! Há Solução Para Sua Vida Financeira", apresenta soluções para "salvar" os endividados e explica como as organizações podem auxiliar os colaboradores a se reeducarem financeiramente. "Acredito que o grau de endividamento dos colaboradores seja o maior já registrado no Brasil", alerta. A entrevista na íntegra segue abaixo e é toda sua. Boa leitura!

RH.COM.BR - Há quem afirme que ao chegar ao trabalho, consegue deixar de lado preocupações pessoais como, por exemplo, o acúmulo de dívidas. O Sr. acredita que isso é possível?
Altemir Carlos Farinhas - É ilusão dizer que as pessoas não levam os problemas de casa para o trabalho e vice-versa. A não ser que tenham criado um micro chip que uma vez instalado no cérebro regule o hipotálamo e o sistema límbico do trabalhador, impedindo qualquer comportamento emocional. Vamos utilizar como exemplo o medo. Não existe uma pessoa que não tenha medo, todos têm medo de alguma coisa, mas existem pessoas que dominam o medo. Assim como existem pessoas que por mais tristes, ou preocupadas não deixam transparecer suas emoções, são excelentes atores. Dívidas causam ansiedade, a ansiedade estanca o prazer de viver, fomenta a irritabilidade, estimula a angústia e gera um universo de doenças. Tensão emocional, aperto no tórax, cefaléias, dores musculares, fadiga excessiva, sono perturbado, transtornos alimentares, entre outras reações.

RH - A performance de uma pessoa com problemas financeiros geralmente é diferenciada daqueles profissionais que possuem as finanças equilibradas?
Altemir Carlos Farinhas - É fato que não ocupamos nem 10% da nossa capacidade mental. Problemas financeiros ocupam tanto espaço em nossa mente, que prejudicam a concentração e o raciocínio, impedindo qualquer planejamento e reação. Uma pessoa equilibrada financeiramente desenvolve facilmente os seus projetos, e é muito participativa em reuniões de trabalho. Já a pessoa com problemas financeiros, é um mero coadjuvante, seu corpo está na sala de reuniões, sua mente está lutando contra taxas de juros, cartão de crédito, empréstimos e contas a pagar.

RH - Existe alguma fórmula que permita o indivíduo saber se suas finanças estão "no vermelho"?
Altemir Carlos Farinhas - A pessoa precisa fazer o O.F.F. - Orçamento Financeiro Familiar -, que nada mais é do que escrever todas as suas receitas e as suas despesas. A conta final é simples: receitas menos despesas, caso o resultado seja negativo a pessoa está gastando mais do que ganha. Se o resultado for zero a pessoa gasta tudo o que ganha. E se o resultado for positivo, bom sinal. Sobram recursos para investir. Outra conta que deve ser feita é o I.ET. - Índice de Endividamento Total. Total das dívidas dividido pela receita líquida multiplicado por 100 é igual ao I.E.T. Por exemplo: 350 reais divididos por 1.000 reais vezes 100 é igual a 35%. O indivíduo comprometeu 35% dos seus ganhos e qualquer número acima de 30% é muito preocupante.

RH - Que fatores mais influenciam o domínio do dinheiro sobre uma pessoa?
Altemir Carlos Farinhas - No mercado financeiro entendemos que dois fatores influenciam, um é o medo e o outro a ganância. O medo impede a pessoa de crescer financeiramente. Por exemplo: o rico joga para vencer, o pobre para não perder. A ganância afeta muito mais o rico, que é capaz de apostar alto e perder tudo. Como podemos observar essas duas forças contrárias determinam o domínio do dinheiro sobre uma pessoa. Dinheiro não tem sentimento. Quando os desejos superam as necessidades, a pessoa age irracionalmente e gasta mais do que ganha. Em muitos casos entra o que eu chamo de "Lei do Merecimento", por alguma situação adversa - briga com marido, namorado, patrão - o indivíduo sai às compras, e para compensar, presenteia-se.

RH - Por que tantas organizações têm investimento na reeducação financeira dos colaboradores?
Altemir Carlos Farinhas - Acredito que o grau de endividamento dos colaboradores seja o maior já registrado no Brasil. Essa hipótese não é vista pelo volume de contas em atraso ou indicadores da Serasa, Seproc e outros. Faço essa conjetura com base no número de empréstimos consignados, compras de automóveis com prestações de até 96 meses, volume de cheque especial e cartões de crédito. Grandes empresas observam o volume de funcionários que vêm solicitando adiantamento de férias e até demissão para conseguirem recursos e fazerem frente a tantas dívidas. Um ótimo exemplo é a COPEL - Companhia Paranaense de Energia Elétrica. A empresa oferece palestras sobre educação financeira, o que cria junto aos colaboradores o reconhecimento e o estímulo para a reeducação financeira. Com esse reconhecimento oferece cursos onde o assunto é tratado de forma detalhada, obtendo-se melhores resultados. A empresa inseriu o tema no PPA - Programa de Pré-Aposentadoria -, e na SIPAT.

RH - De forma prática como a educação financeira deve ser disseminada no ambiente corporativo e qual o papel do profissional de RH nesse processo?
Altemir Carlos Farinhas - Primeiro é preciso conquistar a atenção do colaborador para o tema. A palestra é apenas o começo da caminhada rumo à reeducação financeira. Acreditamos que a melhor maneira de se aprender sobre educação financeira pessoal, é transmitir esse assunto tão sério de forma descontraída, dinâmica e prática. O objetivo final é que cada participante seja capaz de buscar uma vida melhor. O segundo passo é proporcionar um curso de educação financeira pessoal, onde o assunto será tratado com maior profundidade. É durante o curso que a pessoa vivencia seus problemas em relação ao dinheiro, observa que o problema não é somente seu, que apenas muda de endereço, que não é uma questão de cultura ou salário, mas sim de hábitos e atitudes corretas. Com essas ferramentas proporcionam-se estímulos e instrumentos, para que as pessoas melhorem seus hábitos financeiros.

RH - É importante que a educação financeira deva ser extensiva aos familiares do colaborador com problemas de endividamento?
Altemir Carlos Farinhas - Parabéns pela pergunta. Essa é a visão correta do problema. Ë necessário encontrar a fonte, pois quando conhecemos a causa, elimina-se o efeito. Muitas vezes o problema está no sistema, na família, e quando todos participam é mais fácil detectar as fraquezas e encontrar as forças necessárias para o equilíbrio financeiro.

RH - Existe uma "crença" de que as pessoas que ganham salários mais baixos são as mais endividadas. Isso corresponde à realidade?
Altemir Carlos Farinhas - Não é bem assim. As pessoas com salários mais baixos assumem vários compromissos financeiros, movidos pelo marketing, pela facilidade de crédito, por diversos apelos. Um dado importante é que muitas assumem compromissos que podem pagar, e com isso conseguem mobiliar a casa, comprar eletrodomésticos, computadores e outros produtos que antes eram apenas um sonho. Em muitos casos o erro das pessoas que ganham pouco é fazerem a conta do "CABE". Eu ganho 800 reais uma prestação de "oitentão" cabe. Só que 80 reais equivalem a 10% do salário, não é o quanto "cabe" é o quanto eu posso. E isso a pessoa só fica sabendo depois de fazer Orçamento Financeiro Familiar. A classe média é quem vai pagar a conta. Em sua maioria não aceita uma queda no padrão de vida, procuram manter uma vida de aparência e com isso alimentam o monstro do endividamento. As pessoas compram o que não precisam, com o dinheiro que não possuem para agradarem pessoas que nem ao menos gostam.

RH - Quem recebe um salário alto se sente tentado a gastar mais e contrair, conseqüentemente, dívidas preocupantes?
Altemir Carlos Farinhas - É a pirâmide de Maslow, assim que uma necessidade é suprida aparece outra. Infelizmente o ser humano é altamente influenciável, e quando ganha mais começa a viver em outra esfera, outro grupo de pessoas, outro padrão de vida. Se a pessoa não aprendeu com seus erros, está fadada a comprometer o novo salário e mais um pouco.

RH - Algumas organizações oferecem linhas de crédito, com desconto na folha de pagamento. Essa é uma boa alternativa para tirar os funcionários do pesadelo das dívidas?
Altemir Carlos Farinhas - Observando o lado prático e técnico, é uma boa alternativa. Juros mais baixos que os praticado no mercado, facilidade para obter o empréstimo e para o lado do credor a garantia que irá receber. Porém, costumo reforçar em meus cursos que "a facilidade aprisiona" ou "cavar um buraco para tapar outro não resolve". O profissional de RH deve proporcionar palestras ou cursos antes de oferecer essa alternativa. É necessário que o indivíduo primeiro faça um planejamento financeiro, para saber o quanto pode assumir de prestação e negociar melhor o pagamento de suas dívidas. Na maioria das vezes, os empréstimos consignados não são bem conduzidos e o pesadelo das dívidas aumenta e a cada mês o funcionário ao receber o "CHOLERITE", fica insatisfeito com a empresa e não com a financeira.

RH - Que orientações o Sr. daria a uma pessoa que acumulou dívidas que fugiram ao controle?
Altemir Carlos Farinhas - Procure manter a calma, nada que é feito em momento de nervosismo ou por impulso trará bons frutos. Quem deve ficar sem dormir, nervoso, irritado, preocupado mesmo é o credor, pois quer receber o seu dinheiro de volta.
Regra número 1: faça junto com a família o Orçamento Financeiro Familiar. Despesas ruins devem ser cortadas e as demais reduzidas.
Regra número 2: relacione todas as suas dívidas, taxas, prazos, prestações, saldo devedor. E escreva um histórico da compra, o motivo que o fez assumir essa dívida.
Regra número 3: negocie sempre, mas sempre, em primeiro lugar com o seu credor. Não havendo acordo procure financiamentos com taxas de juros mais baixas e mude o perfil de sua dívida, seja alongando o prazo ou reduzindo o saldo devedor. Anote tudo, nome da pessoa com quem você está falando, número de protocolo, qual foi a sua proposta, qual a proposta do credor.
Regra número 4: saiba que você pode. Nenhum problema é maior que você ou sua família. Se o problema é muito grande, vai demorar um pouco mais de tempo, mas você resolve. Busque em você algumas soluções, vender o carro, televisão, fazer dinheiro com alguma coisa que você pode abrir mão. Não é vergonha retroceder para depois avançar.
Regra número 5: para não se endividar e evitar compras desnecessárias faça três simples perguntas - Eu quero? Eu posso? Eu preciso?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Meu amor...

O piquenique das tartarugas

Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique. As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram 7 anos preparando-se para o passeio. Passados 6 meses, após acharem o lugar ideal, ao desembalarem a cesta de piquenique descobriram que estavam sem sal. Então, designaram a tartaruga mais nova para voltar à casa e pegar o sal, por ser a mais rápida. A pequena tartaruga lamentou, chorou e esperneou. Concordou em ir, mas com uma condição: que ninguém comeria até que ela retornasse. Três anos se passaram..seis anos...e a pequenina não tinha retornado. Ao sétimo ano de sua ausência, a tartaruga mais velha já não suportando mais a fome, decidiu desembalar um sanduíche. Nesta hora, a pequena tartaruga saiu de trás de uma árvore e gritou:  -Viu! Eu sabia que vocês não iam me esperar. Agora que eu não vou mesmo buscar o sal! Na nossa vida as coisas acontecem mais ou menos da mesma forma.

Desperdiçamos nosso tempo esperando que as pessoas vivam à altura de nossas expectativas. Ficamos tão preocupados com o que os outros estão fazendo que deixamos de escrever nossa própria história.



Como disse Mário Quintana: 'O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso. Viva sua vida e deixe de se preocupar com a opinião e o interesse dos outros por você. 'O sucesso parece estar ligado à ação. Pessoas bem-sucedidas mantêm-se ativas. Elas cometem erros, mas não desistem.'

Prova de Amor

Para você saber quem te ama de verdade, faça o seguinte teste:
 
 1 - Tranque seu cachorro e sua mulher no porta-malas do carro.


 2 - Aguarde exatamente uma hora, senão o teste não dá certo.


 3 - Abra o porta-mala do carro.


 4 - Veja quem estará feliz em te ver novamente.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Nomes perfeitos para profissionais

H. Ramos ..................professor de judô
Ana Lisa ..................trabalha em laboratório
P. Lúcia ..................fabricante de bichinhos
Pinto Souto ...............fabricante de cuecas
Marcos Dias ...............fabricante de calendário
Olavo Pires ...............balconista de lanchonete
Décio Machado .............guarda florestal
H. Lopes ..................professor de hipismo
Oscar Romeu ...............dono de concessionária
Hélvio Lino ...............professor de música
K. Godói .................médico (proctologista)
Alberta Alceu Pinto ......garota de programa
Eudes Penteado ...........cabeleireiro
Sara Vaz .................mãe de santo
Passos Dias Aguiar .......instrutor de auto-escola
Régis Melo Dias ..........maestro
Edson Fortes .............baterista
Sara Dores da Costa ......reumatologista
Jamil Jonas Costa ........urologista
Ina Lemos ................pneumologista
Ester Elisa ..............enfermeira
Ema Thomas ...............traumatologista
Inácio Filho .............obstetra
Oscar A. Melo ............confeiteiro

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Nesta Semana, no Programa Escola de Profetas...


 

Uma autora escreveu recentemente que "a função das férias é quebrar a rotina de trabalho, fazendo com que o funcionário se descontraia e se revigore". Cabe aqui um pensamento: não será melhor quebrar a rotina do trabalho, de nossas atividades de uma maneira geral, no nosso dia-a-dia, para nos descontrair e revigorar? Somos totalmente partidários a estar em "estado" de férias todos os dias, ou seja, felizes com o que fazemos, nos descontraindo, nos revigorando, quebrando a rotina, buscando novos caminhos, e principalmente aprendendo a falar NÃO.

Não para os excessos, sejam eles quais forem, inclusive aqueles que levam a um excesso de informação e comunicação exacerbada. Uma distribuição adequada do nosso tempo em atividades alinhadas com as nossas motivações internas certamente minimizará o nosso estresse, seja ele qual for.

É necessário ter tempo e vontade para fazer um pouco de tudo que gostamos, além de trabalhar. Dormir bem, comer bem, conhecer novos lugares e pessoas, dançar, tirar fotos, cortar grama, consertar coisas, pescar, namorar, visitar amigos e parentes; enfim, se divertir, pode ser feito sem a necessidade de férias programadas. Como também não pode ser considerado algo errado se no meio das férias você tiver contato com o trabalho, se você gosta do que faz. É fundamental acharmos o nosso ponto de equilíbrio, que varia de pessoa para pessoa. É tempo de mudarmos o pensamento "trabalho ou férias" para "trabalho e férias". Assim ficará mais fácil responder: "afinal, o que são férias?".

Assim, estamos chegando mais uma vez a um período bastante propício para refletirmos sobre o nosso desenvolvimento pessoal e profissional para os próximos anos. Hoje, mais do que nunca, o conhecimento envelhece com rapidez e é suscetível de um rápido desgaste. O aprendizado, que é a fonte da transformação pessoal contínua, passou a ser a mola mestra do nosso desenvolvimento contínuo. Nada mais importante para sobreviver e se diferenciar em um mundo corporativo marcado, cercado de mudanças constantes e exigentes de inovação, criatividade, liderança e flexibilidade de seus executivos e profissionais.

A pessoa que não aprende continuamente e não é capaz de desenvolver, compartilhar, mobilizar, cultivar, praticar, rever e difundir conhecimentos não será capaz de encontrar um posto de trabalho com eficácia. Uma colocação que possa alinhar as tarefas com as suas motivações internas. Um emprego que permita se ter uma chance de trabalharmos com aquilo que gostamos e nos faz felizes.

Portanto, é fundamental identificar os conhecimentos essenciais, saber onde estão disponíveis neste mundo globalizado e planejar como poderão ser adquiridos de forma compatibilizada com o desenvolvimento pessoal e profissional. Por esse motivo, as férias são o momento ideal para aprender coisas novas de forma despreocupada e descontraída.

A experiência demonstra que as pessoas, quando brincam, aprendem com mais facilidade. Tal fato deve-se à espontaneidade de seus atos e à oportunidade de demonstrar o que sabem e o que não sabem sem o medo de errar. É também o melhor exercício para aumentar a interatividade entre o lado esquerdo do cérebro (razão, competição, lógica, linguagem verbal) e o lado direito (intuição, cooperação, imaginação, emoção, sensações). Tenha em mente que apenas 10% do que se lê, 20% do que se ouve, 30% do que se vê, 40% do que se vê e ouve e 90% do que se faz é lembrado.

A criatividade costuma melhorar fantasticamente quando começamos a lidar com experiências inusitadas. Saímos de velhos paradigmas e descobrimos novos mundos. Todas essas novas experiências atiçam o nosso desenvolvimento de forma holística, aprimorando o nosso saber, nossa cultura e, principalmente, a nossa alegria de viver. Para "aumentar a produtividade" nas férias, sugerimos quatro ações:
- conheça novos lugares;
- aprenda novos esportes;
- faça coisas que nunca fez antes;
- busque formas de exercitar sua criatividade.

Como se vê, não há nenhuma fórmula mágica, apenas a consciência e o esforço para mudar. Da mesma forma, não há regras em relação a cargos ou idade. Como disse Henry Ford: "Quem pára de aprender é velho, tanto aos 20 quanto aos 80 anos. Quem continua a aprender é jovem. A melhor coisa da vida é manter a mente jovem".

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Faça o que tem que ser feito...

Por Claudinei Costa


 

Qual é o segredo do sucesso? Como conquistá-lo? Por que algumas pessoas fazem mais sucesso do que outras?

Essas perguntas martelam a cabeça de muitas pessoas. Existe uma receita, uma fórmula mágica para alcançar o sucesso? Se você pensou que sim, se enganou. Não existe.

Na verdade, existe um conjunto de atitudes que fazem a diferença.
As pessoas de sucesso buscam aprender, sentir, pensar e agir de modo mais produtivo e mais humano. Sabem o que precisa ser feito e agem.

Essas pessoas de sucesso são empreendedoras, buscam oportunidades, são comprometidas e persistentes, correm riscos calculados, buscam a qualidade, planejam sua vida, tem uma rede de relacionamentos (network), buscam informações e tem autoconfiança.

Acrescente a isso uma idéia que valha a pena, um sonho. Isso mesmo, o que move as pessoas de sucesso é o sonho. Definir o sonho e buscar informações da profissão, desenvolver-se, aperfeiçoar-se, é o que faz a diferença.

Compreendendo isso, é preciso ter garra, para enfrentar sacrifícios e obstáculos, determinação, para manter o foco e coragem, para mudar e enfrentar esse desafio.

E, por fim, será preciso disciplina, para fazer o que precisa ser feito e consistência, para fazer o que precisa ser feito todos os dias.

Na verdade, é uma luta contra os maus hábitos, contra os sacrifícios e contra os obstáculos. Essa missão exige um sonho, um grande sonho e ação. Lute por ele, faça a diferença e torne-se grande.

Faça o que tem de ser feito!!!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

A solidão do pastor

João A. de Souza Filho

Pastores costumam ser pessoas solitárias, por vocação. Conheço muitos pastores que têm amigos de verdade, e, no entanto, têm forte tendência à solidão! A maior parte deles vive se remoendo, enquanto lutam com seus problemas interiores, sem poder encontrar um amigo de confiança com o qual desabafar. Não podem conversar sobre seus problemas e conflitos com os membros da igreja; e sequer com os demais obreiros. Desabafam com Deus, enquanto derramam o coração em lágrimas em seus momentos de solidão. Pastores sofrem com a solidão. Inda que acompanhados de tanta gente e cercados de colegas ministeriais vivem sós. Geralmente os obreiros que os cercam não o fazem como amigos ou companheiros de jugo, vivem de encômios – aplaudem e elogiam em busca de cargos ou privilégios. Raramente encontra-se um amigo que viva o compromisso de ajudar o líder, a ponto de admoestá-lo com amor.

Por outro lado, o líder em evidência se põe perante os demais colegas ministeriais como gente de esfera superior, que não precisa da ajuda de ninguém, como super-homem, intocável, impecável – isto mesmo, no sentido de que nunca peca – inviolável e que sabe superar seus problemas. Perante seus amigos e colegas tem uma imagem colorida de sucesso e poder – mas tais pastores são pessoas ímbeles, débeis, fracas, e esquecem que o poder de viver integralmente a vida cristã reside na dependência de Deus e na força de seus amigos.

Pastores são como águias que voam sós e vivem nos céus distantes – acima dos problemas – mas cheios destes. Deveriam agir como águias quando a sós com Deus, e quais ovelhas de um rebanho a viver ao lado dos demais.

Eis a razão porque os pastores aprendem a sofrer calados. Choram aos pés do Senhor confessando suas faltas. E gostariam de ter um amigo por perto. Mas, desabafar a quem? Arredios e acostumados a serem traídos, inteligentemente se calam. E sofrem. Gostariam de ter um amigo para conversar sobre sexo, dificuldades com a esposa, tentações, finanças, problemas pessoais, mas sofrem, ignotos, temendo o colega infido - infiel. Imaginam que podem ser traídos e prejudicados. Que diferença a confissão de pecados que os noviços e monges faziam ao seu superior nos mosteiros! Nada do que era confessado podia ser usado contra eles em juízo. Depois que se confessava, seu superior se calava sem jamais poder usar da confissão de seu subalterno como prova de condenação em juízo. Um superior quando sabia que o noviço pecara contra a igreja não aceitava confissão, do contrário a pessoa não poderia ser questionada por ele no tribunal.

Na falta de confessores, os pastores digladiam-se internamente com seus traumas e pecados. Esquecem que a confissão traz alivio à tensão, desabafa sentimentos, cura e traz paz interior. A confissão e as lágrimas ajudam o pastor a sentir que é humano, ao mesmo tempo em que é espiritual. A confissão afasta a caligem e impede que o obreiro se torne biltre e mendaz.

O verdadeiro líder encontra noutro líder, apoio, pois ambos reconhecem a fragilidade e a tendência ao pecado do ser humano. O verdadeiro líder entende que as pessoas vivem na fraqueza, e ele também sabe que vive as mesmas fraquezas.

As Escrituras não escondem as fraquezas e as tentações dos homens de Deus, até dos mais íntimos de Jeová. Noé, Abraão, Moisés, Davi, Elias e demais homens de Deus tiveram seus momentos de fraqueza, e alguns deles são vistos em momentos de depressão, e quando o escritor aos hebreus deles se utiliza para falar da fé, não menciona, em momento algum suas fraquezas, mas a fé e a perseverança que lhes levou a obter o galardão. Todos tiveram temores. Sara, a esposa de Abraão não creu – e, no entanto aparece em Hebreus como mulher de fé! Algumas daquelas fraquezas são imperdoáveis e inadmissíveis hoje pela liderança de certas denominações.

Que pastor não tem um exemplo de traição, de um obreiro que agiu de solércia – de ardileza a relatar? Quem transmitiu ao rebanho a idéia de que nós, pastores vivemos do gáudio e do júbilo apenas? Por que o rebanho imagina que o pastor e seu báculo com seu aspecto dominante são intocáveis? Todos temos fraquezas.

Podemos recender ao perfume de Deus, ao brilho de sua glória, mas Deus sempre deixa um quê de imperfeição para manter-nos humildes diante dele. Na vida familiar uma esposa que não acompanha o obreiro ministerialmente, um filho que se desvia; um negócio que emperra; uma calúnia que nos atordoa; um pecado do qual não conseguimos nos desvencilhar; qualquer coisa, para que nos envergonhemos de nossa imperfeição. O pastor - quando olha para o espelho e vê refletido nele a glória de Deus tem a tendência de se exaltar, mas ao olhar para si mesmo, percebe que a glória de Deus que sobre ele está acentua sua imperfeição, e se põe a chorar!

Paulo tinha uma fraqueza; todos temos fraquezas. Os santos caminham com fraquezas. Sempre que pensava em contar vantagens - gloriar-se - um mensageiro de Satanás esbofeteava a Paulo. Creio que esse espinho na carne não era uma doença física, mas alguma coisa no mundo espiritual. Já que visões, sonhos e revelações estão bem acima do natural, esse espinho, bem como o demônio que o atormentava situavam-se numa esfera espiritual. Deixe-me dizer isto: certas marcas de pecado jazem em nossa mente a fim de lembrar-nos de que somos salvos e vivemos por causa da graça de Deus. Paulo orou três vezes - mas Deus não afastou a imagem que o oprimia. Deus conhece a fraqueza de Paulo e indica-lhe que terá de conviver com ela toda a vida. A resposta de Deus? "A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo..." (2 Co 12.9). 

"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós" (2 Co 4.7). Meu colega pastor deixe-me dizer uma coisa: A glória de Deus somente opera em vasos imperfeitos. E nossa imperfeição está ali, apontando para nós, dizendo-nos que precisamos de Deus, sempre! Deus deixa certas falhas nos seus filhos para que aprendam a depender exclusivamente dele. A glória e a graça de Deus vêm sobre nós escondendo nossas fraquezas. Assim como os pés dos querubins eram pés de bezerro, na descrição de Ezequiel - feios – mas brilham com a glória de Deus, nosso caminhar é santificado por sua glória.
Somos como o Mefibosete da Bíblia. Este neto de Saul, aleijado de ambos os pés; este filho de Jônatas é agora trazido para a casa de Davi e com ele come à mesa. Mas era aleijado! No entanto, suas pernas não eram vistas, ficavam encobertas sob as toalhas da mesma do rei! (2 Sm 9). Somos imperfeitos no nosso caminhar - temos pés que não condizem com a natureza de glória, estes, no entanto, têm suas imperfeições cobertas com o brilho da glória de Deus!  

No meio das tribulações - sejam elas devido a erros cometidos, a falhas humanas ou vindas diretamente de Satanás, o peso de glória é eterno, acima de toda comparação (2 Co 4.18). Porque a glória que sobre nós brilha vem de Deus. Apenas refletimos a glória de Deus!

 Por isso, ao descrever este relato, faço-o na certeza de que não estou traindo alguém que me confiou seus temores. A pessoa em questão pode ser você mesmo que me lê. A que me refiro está velha demais para se importar com o fato. Viajo e ministro com pastores de todas as igrejas e de todas as denominações. Alguns homens de Deus abrem sua vida comigo à busca de soluções para seus problemas pessoais. E não posso trair a confiança em mim depositada.

O velho pastor abriu seu coração comigo. Ele tinha perguntas e inquietações não respondidas. Homem de ministério ilibado, reconhecido pela igreja, contou-me que lutou a vida toda contra as tendências homossexuais que o perturbavam periodicamente. Aceitava-se como heterossexual, constituíra família, mas não conseguia entender o por quê das tentações. Tivera uma experiência ou outra quando moço, mas depois que se convertera – afirmou – jamais voltara a práticas homossexuais por considerá-las pecado. As tentações o assombravam continuamente. Jamais se livrou delas ao longo da vida.

Sofrer tentações sem pecar é o segredo da vitória. Um hino da Harpa Cristã de linda melodia, diz:

Tentado não cedas; ceder é pecar;
Melhor e mais nobre, será triunfar;
Coragem ó crente! Domina teu mal
Deus pode livrar-te, de queda fatal!

 
É uma alusão ao texto de Hebreus 4.15: "Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado (...) e é capaz de condoer-se dos ignorantes e dos que erram, pois também ele mesmo está rodeado de fraquezas".

É nesta confiança, amado pastor, que confessamos ao Senhor nossas faltas, porque ele nos entende. À semelhança do sumo sacerdote que vivia cercado de fraquezas e que precisava, ele mesmo fazer a purificação de seus pecados antes de expiar os pecados do povo, também nós precisamos entender que os colegas que nos cercam vivem rodeados de fraquezas, que erram, e, como nós, são perdoados.

O nosso Senhor Jesus assumiu a forma humana, "para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote, nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados" (Hb 2.17-18).


Tenha um amigo. Abra seu coração

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Clube dos Barrigas de Jaca

Esse é um registro de uma das muitas reuniões do Clube dos Barrigas de Jaca, onde barrigudos se reunem para mostrarem quem é o mais pançudo. Atualmente, eu sou o presidente, do alto dos meus quase 100 Kg. O vice presidente é William Menezes, que está em plena forma (de jaca, é claro!) Suami Lafayett não tem nada a ver com o Clube (ela é slim - graças a Deus!) e posou na foto só para embelezar a paisagem... O Clube tem suas peculilaridades. Quando os sócios se encontram, seja onde for, saudam-se efusivamente gritando: barrigaaaaaaaaa! e chocando-se suas barrigas, uma à outra. Algo realmente único em todo o planeta!!
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terça-feira, 29 de julho de 2008

Marcelo Crivella fala ao JB – uma entrevista que vale a pena ler...

 

RIO - A serenidade da fala e o cálculo das palavras entregam: Marcelo Crivella é o líder na corrida rumo à prefeitura do Rio e, como tal, foi alçado à condição de favorito e de vidraça. Este carioca mal saído dos 50 anos, senador desde 2002 e botafoguense convicto é o nome a ser batido pelos demais candidatos. Seja pela liderança na disputa, seja pelo vínculo com a Igreja Universal, da qual é bispo licenciado, Crivella acostumou-se a ouvir o que chama hiperbolicamente de "baba envenenada do ódio". Mas as "injúrias" e as "calúnias" não o diminuem, nem o abalam, avisa.

Certo de que os níveis de rejeição – encontrados, sobretudo, na Zona Sul – vão exigir-lhe a superação da resistência religiosa, Crivella reafirma os laços com os evangélicos mas sublinha a intenção de ser um "prefeito de todos". Acha que o Rio precisa de um político à frente da prefeitura, capaz de reduzir os desfiladeiros que hoje separam o comando da prefeitura dos governos federal e estadual. Afirma que os cariocas vivem numa cidade de dupla face: uma próspera, culta e robusta; outra marginalizada, triste e violenta. Critica o prefeito Cesar Maia e apresenta idéias prontas para problemas como a favelização, a insegurança, o baixo nível da educação e os descalabros na saúde pública do Rio.

Crivella abre a série de entrevistas do JB com os candidatos. Acompanhado de auxiliares, o senador respondeu às perguntas de Marcos Troyjo, Tales Faria, José Aparecido Miguel, Rodrigo de Almeida, André Balocco e Marcelo Migliaccio.

Confira abaixo a íntegra da entrevista

Senador, o Eduardo Paes faz referência a uma associação nova com a união. Onde o senhor se diferencia dessa candidatura, já que ele também tem esse discurso de uma associação com a união?

- Acho que essa integração não pode nascer de um momento pro outro. Na vida política a gente escreve uma trajetória. Enquanto eu era vice-líder do governo, Eduardo recolhia assinaturas para as CPIs todas que incriminaram o Lula e sua família. Me lembro uma vez que, na intimidade, o presidente Lula havia dito que o que mais havia magoado ele era o envolvimento do Lulinha no escândalo. Com humildade o Eduardo pode até construir essa aliança, mas acho que terei mais facilidade, porque é uma coisa mais legítima.

E a Jandira?

- A Jandira também. Embora a política dependa muito da índole, da natureza, da vocação de cada pessoa. O radicalismo acaba atrapalhando.

E o Gabeira?

- O Gabeira de todos é o que encontraria mais dificuldade.

Senador, e o governador? Como estão suas relações com o Cabral?

- Olha, quando terminaram as apurações do primeiro turno na última eleição para governador, quando ele se elegeu me ligou devia ser umas 21h e me disse o seguinte "Crivella, o Lula acabou de me ligar e quer o apoio do Rio de Janeiro. As eleições terminaram. Mas só o apoio se você me apoiar no Rio, se você apoiar a Denise Frossard eu estou fora, vou apoiar o Alckmin". O que eu digo hoje é o que eu sempre defendi, um governo de união e paz pro Rio de Janeiro e com tantos programas que nós temos, precisamos de ajuda, precisamos reconhecer isso. Se eu fosse um desses políticos que partia pra política dos estigmas eu teria apoiado a Denise e empurrado ele pra longe que ainda tinha o monopólio de ser o político do meu Estado que melhor relação tem com o governo federal, até porque o vice-presidente é do meu partido. Não só que nós somos do mesmo partido, mas nós fundamos um partido juntos. Mas eu disse a mim mesmo, eu perdi, mas não quero que o Rio perca. O Rio precisa de um governo de união e paz, portanto construí a parceria e o Cabral, durante os quatro anos no Senado votou contra o governo Lula o tempo todo. Isso tem sido importante pro Rio, os investimentos da refinaria de Itaboraí, o Arco Metropolitano, as obras do PAC nas comunidades, isso é fruto de uma parceria. Na época do governo passado, poucas vezes o Lula veio ao Rio de Janeiro. O Rio precisa, na área municipal, poder desenvolver um outro programa de saneamento e habitação. Há muitas pessoas querendo sair das comunidades. Antigamente costumava-se dizer o seguinte: "Quem mora no morro já vive perto do Céu." Hoje, quem mora no morro vive perto da violência e as pessoas estariam dispostas até a se mudar, o que facilitaria à prefeitura a abrir espaço pra levar serviço público e até replantar a floresta, mas pra isso é condição fundamental nós implantarmos o maior programa de habitação que o Rio de Janeiro já viu. Eu já tive a oportunidade de levar o Roberto Kauffman pra conversar com a Dilma, a coisa esbarrou e o que era necessário pra sair da prefeitura nós não tinhamos. Mas a Dilma ficou empolgada com o projeto. Tenho certeza que um prefeito que faça contrapartida, a coisa anda.

Sobre a sua política habitacional em favelas. Não é a desapropriação de favelas, mas um processo de desfavelização, tirar as comunidades de regiões mais danificadas do ponto de vista urbano e social. O que é exatamente isso?

- A maneira civilizada de você conter o aumento das favelas do Rio de Janeiro é dar oportunidade às famílias de comprar um imóvel. Famílias que tenham renda de 2 salário mínimos, o marido ta empregado e a mulher tá empregada, se nós unirmos o subsídio do governo federal, estadual e municipal e os recursos do fundo de garantia, Sistema Integrado de Interesse Social e o FAT, dá pra financiar casas de 80 mil reais para essas pessoas. Bota aí em habitação popular 800 reais por metro quadrados, nós estamos falando de casa com 100 metros quadrados em áreas infra-estruturadas da União, isso poderia gerar muitos espaços nas comunidades carentes. As pessoas querem mudar e nesse amplo programa, pessoas que quisessem se mudar das comunidades carentes podiam dar suas casas de entrada. E a prefeitura usar o espaço para fazer serviços públicos e até replantar. Não há como se falar em remoção. Essas favelas foram ocupadas da maneira como foi feito o desenvolvimento econômico do Rio, pelos processos políticos históricos dessa exploração do homem pelo homem. Não há como você tirar um bem que uma pessoa tem, porque não lhe foi dado o direito a um programa em habitação. Antigamente não acho que haveria interesse. Mas hoje eu acho, por causa da violência, da criminalidade, das doenças e porque as pessoas estão vendo que é possível morar num condomínio que tem piscina, estacionamento, área verde. Vai ter uma oportunidade de ouro que é o Arco Metropolitano que vai rasgar as áreas rurais da baixada fluminense onde poderão surgir cidades satélites, mas com plano de urbanização

Qual seu pensamento em relação ao transporte público? Nós sabemos que há um ódio muito forte nesse setor. Como você pretende enfrentar isso?

– Essas 300 mil unidades são adjacentes aos grandes eixos viários e ferroviários do Rio. São obras da União, infra-estruturadas, por isso dá pras famílias pobres comprarem. A nível municipal eu vou melhorar o trânsito com parceria da iniciativa privada, implantando um projeto que eu vi na Colômbia. É um sucesso e tem dado certo em outras capitais do Brasil. Da Barra pro Centro nós podemos criar a 3ª linha, cabe no túnel, porque no meio que é a parte mais alta do túnel, colocamos um ônibus em faixa exclusiva. Abrindo a terceira faixa no Zuzu Angel e na faixa do Joá, nós vamos dar uma aliviada e isso nos permite fazer o túnel da Grota Funda, também com parceria da iniciativa privada e duplicar as Américas, da Salvador Allende até o final do Recreio. Faz-se um grande corredor viário com fluxo. A entrada da Barra e saída pela Linha Amarela não é o ideal, mas atende. E o corredor T5 que é uma obra que precisa ser discutida com a sociedade pra ver se o trajeto é aquele mesmo. Estou disposto a discutir com os vereadores e mandar um projeto de lei destinando um percentual do orçamento de investimento da prefeitura para com o governo estadual e federal construir o metrô. Acho que a bancada do Rio, senadores e deputados poderiam colocar todas as emendas de bancadas individuais para a construção do metrô, não só a linha 4 que vai pra Barra, sobretudo fazer o metrô de superfície ligando a central à Zona Oeste. E também o projeto para a Avenida Brasil, pelas pistas centrais com acesso vindo por cima e da Ilha do Governador também. Isso eu já conversei com os empresários e eles já toparam fazer. Passa uma passarela pela Avenida Brasil, por cima, cai num corredor central.

A estação seria coberta?

- Exatamente. Ali o ônibus pára rapidinho. A pessoa já comprou o bilhete integrado com barca, com trem, com ônibus.

E é viável? Politicamente não vai ter um embate desgastante?

- Esse projeto é viável. Por isso que o Rio precisa de um político. O que adianta um prefeito saber calcular uma viga, uma coluna, uma estrada, se ele não souber conversar com a câmara dos vereadores, com o Tribunal de Contas do Município, com o Ministério Público, com a imprensa, com esse dilúvio de ódios e paixões que são as sociedades modernas, sobretudo as tão desiguais quanto a nossa. Por isso que eu digo, o Rio precisa ter político, que tenha gosto pela conversa, tem que ter uma paciência infinita. Pra sentar com os vereadores, pra verificar como se pode aperfeiçoar, aprimorar, discutir, botar pra votar e aprovar. Agora o sujeito que governa como técnico, ele apresenta a solução dele e acredita nela "ou aprovam da maneira que eu estou impondo ou não tem conversa e pronto". Hoje o Rio tem muito ódio, as pessoas não conseguem se entender.

Você fala de ódio, o senhor se sente alvo do ódio de algum tipo de raiva das organizações Globo? Você acha que pode atrapalhar sua visão?

- Não sou eu que digo. É a Iuperj. Nesses dias, uma pessoa ligou lá pra casa e me disse assim: "Vou mandar pra você um e-mail de um estudo feito pelo Iuperj, da cobertura das eleições." Cada letra de cada palavra, cada palavra de cada frase, cada frase de cada parágrafo, vem escorrendo a baba envenenada do ódio. Quantas injúrias, quantas calúnias... mas não me diminuíram, não me abalaram. Eu cresci no coração do nosso povo. Pode ver. Eu sou o primeiro nas pesquisas.

E a que você atribui esse ódio desmedido?

– Eu não sei. Eu gostaria que o Jornal do Brasil me dissesse (risos).

Você acredita que a campanha vai se desenvolver em alto nível até o fim ou ela vai se tornar uma briga vergonhosa?

- Não haverá expediente dos mais tortos aos mais virulentos, que os meus adversários não empreguem contra nós.

O Aloizio Mercadante está defendendo mexer nos royalties do petróleo. Como você está vendo esse projeto?

- Acho indigno. São Paulo deveria ser a última voz a falar de distribuição dos royalties do petróleo. As riquezas naturais, minerais, humanas, não podem ser tocadas. Essa é uma sem valor. É a ambição de um senador. O Rio de Janeiro diante dos vultosos problemas que tem, como favelização, decadência econômica, crise na violência. Tirar os parvos recursos que o Rio recebe de royalties? Podemos discutir a distribuição entre os municípios, mas tirar do Rio de Janeiro é um absurdo. Eu sei que o que ele fez foi uma maneira de responder a uma lei aprovada na Câmara que dispensa 2% do ICMS para a origem e isso penaliza São Paulo que tem a maior produção. Mas é uma proposta que o povo brasileiro não apoiará. É uma proposta inócua que não vai ter respaldo popular.

O governo pretende usar uma parte dos royalties para um fundo de educação, o senhor concorda com isso?

– Olha, não concordo. Voto contra. Se essas coisas (Petróleo) fossem perdurar pra sempre, tudo bem. Esse bem não vai perdurar pra sempre e o royalty é exatamente pra recompensar um estado que vai findar. O Rio é o segundo arrecadador de Imposto de Renda do país e o 18º a receber esse recurso de volta. Por que mexer no petróleo do Rio de Janeiro? É a única riqueza que nós temos.

A concentração de renda de São Paulo e o empobrecimento Fluminense tem uma grande parcela de culpa na bancada do Rio no congresso ou na dificuldade de articulação no congresso. Você acha que precisa de uma defesa mais enfática e articulada da bancada ro Rio?

– O cidadão não se politiza, a imprensa não denuncia e os políticos sofrem a pressão do grupo do governador, do grupo do prefeito, do grupo do presidente e acabam muitas vezes deixando de se articular em projetos importantes para o Rio de Janeiro. A crise que enfrentamos já não nos permite mais essa gerenciamento político que hoje a prefeitura tem em diversos setores. Se nós continuarmos desse jeito, continuaremos construindo obras como a Cidade da Música, sem grande repercussão para os problemas reais do cotidiano do carioca. É uma obra que tem seu valor, mas sem o impacto civilizatório que o Rio demanda.

Senador, o senhor elaborou uma carta compromisso e nela a gente percebe que o senhor está em primeiro nas pesquisas, grande parte graças ao eleitorado evangélico. Mas essa carta compromisso tem itens opostos a doutrina da igreja. Você teme perder adeptos dentro da Igreja por causa dessa postura que você assumiu?

– A minha posição pessoal e religiosa todos conhecem. O voto é de acordo com essa minha consciência. Agora, a nível de prefeitura do Rio de Janeiro são discussões que não têm a relevância ou a interferência de um prefeito como nos problemas do cotidiano que amarguram a vida dos cariocas. É bem verdade que muitos evangélicos poderão dizer que eu prometi não interferir no carnaval e eu vou dizer a eles que um prefeito não governo segundo suas convicções pessoais. Ele é um servidor do povo e o orçamento público e as ações da prefeitura têm que contemplar a todos. O Rio não suporta mais um prefeito arrogante que imponha suas idéias. O Rio precisa de um prefeito que seja de todos, que chegue a um denominador comum. É o que hoje nós não temos. Os evangélicos terão que entender isso. Espero que os mais maduros mostrem isso aos mais novos.

Em que momento o mito evangélico te ajuda e em que momento ele te atrapalha?

– Os evangélicos são uma classe emergente e extraordinária da sociedade brasileira. Mesmo diante desse confisco que se faz através das taxas de juros altíssimas desse país e de uma carga tributária enorme, os evangélicos se educam, criam seus filhos, trabalham, são modestos no consumo, não consomem por emoção. Estudam a vida inteira. Costumam ir da casa pro trabalho, do trabalho pra igreja, da igreja pra casa e enfrentando toda essa diversidade, constroem igrejas, templos enormes, meios de comunicação pra divulgar as idéias de cristo e seus ideais. Tem muito pra contribuir pra vida política brasileira.

O senhor lê a Bíblia todo dia?

– Todo dia. Considero fonte de inspiração pra vida. Acredito nos conceitos de inspiração da revolução francesa de igualdade, de liberdade e fraternidade, mas sob a ótica cristã. Isto foi o primeiro antes de Locke, antes de Montesquieu, antes de Rousseau, a pregar que os homens deveriam ser todos irmãos e ter o suficiente. Da maneira que esses princípios cristão vão andar comigo a minha vida inteira. Agora na prefeitura, com respeito a gostos populares, a cultura, a diversidade religiosa e sexual. Isso o prefeito tem que respeitar, tem direito de discordar, mas tem que respeitar. E é assim que eu vou separar política de religião.

Você acha que essa postura pode prejudicar seu futuro dentro da Universal?

– Acredito que não. Todos os evangélicos estão torcendo. Querem que um prefeito evangélico seja um prefeito de todos. Não querem um prefeito só dos evangélicos, porque sabem que isso não vai dar certo. O importante é diminuir ou erradicar a dengue, melhor o PIB do Rio de Janeiro, aumentar a participação das famílias de baixa renda, fazer mais turismo. E é bom lembrar que se o prefeito não zela pela educação das crianças, amanhã, esses adolescentes vão descobrir que passaram nove anos no ensino fundamental e não aprenderam. Pra ele não sobrou um concurso público, uma vaga na faculdade, um ensino de qualidade. Hoje não garantimos, às nossas crianças, um ensino de qualidade.

E quem é o seu conselheiro nessa área de educação?

– Tenho vários. A minha esposa é educadora, mas eu tenho conversado muito, ouvido muito e lido muito os pronunciamentos de Cristovam Buarque, muito preocupado com a educação infantil. Agora mesmo votamos o FUNDEB, depois de um longo tempo de espera. Tenho também conversado com o sindicato de professores do Rio de Janeiro. Acho que temos que ter um tipo de avaliação, que nos garanta que esses meninos e meninas estão tendo uma boa educação. Eu fiz uma tabela, e pedi a vários procuradores do município para verificar se é possível aplicá-la sem romper a barreira da lei de responsabilidade fiscal. Os números me parecem modestos. Os professores com 30, 35 anos de serviço, no topo da atividade, 36 horas de aula por semana, receberiam em torno de R$ 5 mil, R$ 6 mil, o que acho um salário adequado para tanta devoção. Se puder, será um investimento que farei, sem hesitação. Hesitaria de construir uma nova Cidade da Música ou um novo Engenhão.

Aprovação automática no Rio

- ... Se apenas nos ilude, mostrando nas estatísticas números de aprovação mais favoráveis. Acho que temos que ter um tipo de avaliação, que nos garanta que esses meninos e meninas estão tendo uma boa educação. Eu fiz uma tabela, e pedi a vários procuradores do município para verificar se é possível aplicá-la sem romper a barreira da lei de responsabilidade fiscal. Os números me parecem modestos. Osmídia). Mas a Fiocruz, os pesquisadores trabalham com números de 900 pessoas mortas.

O que o prefeito Crivella pretende fazer pelo turismo no Rio?

- Queria fazer com que o Rio todo se comprometesse com o corredor turístico. Uma legislação moderna, discutida e votada com a sociedade e aprovada na Câmara Municipal, do aeroporto internacional à última praia da orla, e os acessos aos pontos turísticos (Maracanã, Cristo, Pão de Açúcar, Teatro Municipal). Nosso asfalto, nossas calçadas, a iluminação pública, a arborização, a coleta de lixo, a segurança (com câmeras) fosse primorosa. É preciso que todo carioca se comprometesse e entendesse que essa ação política é para o bem de todos. Não só daqueles que vivem ali, mas sobretudo daqueles que vão se beneficiar da arrecadação de impostos para resolver problemas do seu interesse, da urbanização, da saúde e da educação. Podemos fazer para toda a orla, o que fazemos em Santa Teresa e que também é muito usado na Europa, que é o bed and breakfast. A prefeitura organiza quartos disponíveis na casa das pessoas nas operadoras de turismo, tendo quarto e café da manhã. Por exemplo, minha mãe, que mora na Rua Francisco Otaviano. Ela tem um quarto vago no apartamento. Sou filho único, me casei e fui embora. Minha mãe poderia colocar à disposição aquele quarto para uma senhora, do interior de São Paulo, Espírito Santo... Que viesse ocupar o quarto, tivesse um café da manhã por uma diária de R$ 150. A nossa rede é de quatro, cinco estrelas. Portanto esse turismo de aposentados, de senhores e senhoras do interior vão para outras cidades. Isso poderia ser uma revolução, se nós também tivéssemos uma política para que os hotéis do Rio de Janeiro tivessem grandes shows, como é em Las Vegas. Espetáculos que chamassem a atenção. Acho que o Rio tem que ser uma cidade que de dia trabalha duro e à noite tem que se transformar numa festa. Precisa para que a cidade cresça. Senão, o que vai crescer é prostituição, tráfico de drogas, criminalização, roubo de carros, furtos, assaltos, seqüestro, aliás seqüestro nem tanto. As estatísticas, as últimas que vi, de 96, o Rio teve 311 mil crimes registrados, 112 mil lesões corporais dolosos, mais de 80 mil furtos, 60 mil assaltos, 50 mil carros roubados. Isso é um absurdo.

O que o senhor acha do prefeito César Maia?

- Acho que o prefeito na sua trajetória política sofreu um momento duro, difícil. O prefeito se candidatou a reeleição, mas não para ficar quatro anos. O prefeito queria ficar dois e ser candidato a presidente da república nas últimas eleições. O que ocorreu é que, com todo o apoio do seu partido e indo bem nas pesquisas, teve uma intervenção federal na saúde do Rio. E naquele momento ele acabou sofrendo um revés na sua popularidade e não pôde disputar aquele pleito. Acho que isso o marcou profundamente, com reflexos na administração. O Pan foi importante, foi um esforço que devemos considerar, a Cidade da Música também pelo esforço, que eu não faria nesse momento (há prioridades diante dos graves problemas que a gente atravessa). Mas o prefeito que o Rio precisa, já não é mais o prefeito dos grandes monumentos, é um prefeito que cuide do povo, de como as pessoas estão morando, que cuide da saúde dele, como está a educação dos filhos. E esse prefeito ultimamente nós não temos tido. Mas não quero discutir uma página virada, prefiro discutir sobre o futuro.

Há uma queixa sobre o crescimento das favelas na Zona Sul especificamente. O senhor pretende conter esse tipo de expansão?

- Vou, e a maneira civilizada é com um amplo programa de habitação, que nós vamos fazer. Vamos tirar do papel o projeto que já apresentei à Dilma com o Roberto, que teve o entusiasmo e o aplauso do governo federal, o maior programa de habitação para pessoas que tenham renda de até dois salários mínimos, renda familiar, poder se candidatar e comprar. Essa é a maneira correta de diminuirmos o processo de favelização do Rio de Janeiro. Podem ter certeza de que isso vai funcionar. Deveremos assim retirar as famílias que moram em área de risco, as que se encontram acima da cota 100, dando a elas dignidade e condição de morar. Eu sempre costumo contar a história de como começam as favelas no Rio. Elas começam com a volta dos soldados da guerra do Paraguai. O ensino sistematizado diz que é a volta dos soldados das volantes dos Canudos. Mas se vocês lerem o livro do professor Marco Antonio Flores, que é um coronel do exército já aposentado chamado Ecos da guerra do Paraguai - chamas da nossa nacionalidade - ele com fotografia e farta documentação mostra que D. Pedro II, em novembro de 1864, assina num sábado e publica na segunda-feira, um decreto no no Jornal do Commercio. A lei chamava-se Voluntários da Pátria, que entre outras coisas oferecia oportunidade aos escravos de ganharem alforria se lutassem na guerra. A guerra durou cinco anos, o primeiro navio levando escravos saiu de Campos, um galeão. Cinco anos depois, eles chegam ao cais do Valongo, e encontram alforria sem trabalho e moradia. E é dado a eles a oportunidade a autorização de improvisar suas casas no Morro da Providência nas partes baixas. Em 1894, na época de Prudente de Moraes, as volantes de Canudos vêm e ocupam as partes altas do morro. 137 anos se passaram dessa ocasião, formou-se um paradigma. Se o Estado manda para a favela, a iniciativa privada faz a mesma coisa. Então vc traz para cá um monte de gente, do nordeste e do interior, com salário muito baixo e onde o sujeito vai morar? No morro, trocador, motorista, pedreiro, carpinteiro, servente, vendedor, babá, lavadeira, empregada o que for. Ganhando o suficiente pra se alimentar (senão não tem força para trabalhar), pra se vestir e pra morar? Olha, vai improvisando uma casinha no morro. E os programas de habitação? Não tínhamos. O dinheiro pro transporte? Não tinha. Criamos uma sociedade extremamente desigual. Acho que agora com esse nível de violência enorme, sem precedente, e desgraçadamente crescente, nós precisamos nos reencontrar com o passado e oferecer um programa de habitação do tamanho da necessidade do Rio de Janeiro. Já existe? Já. Quem fez, foi o Crivella? Pensem bem, nós somos a terra do calcário e da argila, matéria-prima de todos os cimentos, do plástico, do verniz, o aço. Aliás, no Rio de Janeiro tem uma outra coisa, que agrava a nossa infâmia. O cimento do Rio é feito com escória de alto-forno. 85% de um saco de cimento é escória de alto forno. E nós com toda a dádiva da natureza não encontramos força na nossa solidariedade para criar um programa de habitação que responda a essa demanda. E estamos aqui com as essas favelas. Eu disse ainda, no passado foi a nossa maior vergonha, hoje é o nosso desafio, amanhã... reflorestar, ou urbanizadas serão um marco eterno da nossa solidariedade.

E a Baía de Guanabara, senador? Um programa para despoluir praias e lagoas a princípio passa pela Cedae, que é estadual. Tem algum programa específico?

- O Rio precisa de um prefeito político. O prefeito do Rio tem uma liderança natural junto aos prefeitos da região metropolitana que circuncida (circuncida, não). Circunda! A nossa baia. Se tiver algum prefeito técnico dificilmente conseguirá chamar para uma conversa todos os demais prefeitos e chegarmos a um acordo. Fazermos o que votamos no Congresso e que o Rio devia liderar que é o consórcio dos municípios. Eles têm todo o apoio da legislação que acabamos de votar no Congresso. Se nós chegarmos no ministro do planejamento, no ministro da fazenda, sobretudo no presidente da república e no vice-presidente com um documento consolidando um consórcio de municípios da baixada, que circundam a Baía de Guanabara, teremos uma força extraordinária.

O que o senhor pretende fazer com o programa saúde de família?

- Ampliar, quero elevar para 70% de cobertura da população do Rio. Quero derrotar isso religiosamente, não devia nem usar o termo. Por exemplo, você vai na comunidade carente, existem pessoas subnutridas mas obesas. Um exame revela que a taxa de açúcar está conduzindo para uma diabete. Se você furar o pé vai abrir uma escara, não vai cicatrizar, seu membro vai mumificar e você vai ser amputado. O Rio é campeão de pé diabético. Quando você for amputado não há prótese. Vai ser confinado a uma cadeira de rodas. Isso tem que ser dito. Tem que ser anotado, para dizer se a pessoa está fazendo exercício ou diminuiu o açúcar. Botar o cadeado na porta antes de arrombarem a porta. O Cesar Maia disse que esse programa não deu certo por causa da violência, que os profissionais de saúde não conseguem entrar nas comunidades. Eu pergunto a você: os índices de violência de Niterói são menores que os nossos? Não saio. As comunidades carentes de Niterói estão tomadas pelo narcotráfico. Lá não tivemos dengue, porque 70% da população é coberta pelo Saúde da família. O problema é que a prefeitura tem dificuldade de se relacionar com o governo federal, de fazer as parcerias. Sobretudo na área da saúde. Na intervenção devolvemos ao governo federal o Cardoso Fontes, o Hospital de Ipanema, o Andaraí e o Hospital da Lagoa. Um grande alívio no orçamento. Melhorou? Não. Minhas emendas parlamentares, todas foram liberadas. Simplesmente porque montei no primeiro ano que fui para o senado um manual: o manual do prefeito. Imprimi e mandei para os 92 prefeitos do Rio: Manual do prefeito - como obter recursos do governo federal. E a partir daí me dediquei a isso. A defender nos momentos de injustiça, mas também cobrar os recursos do Rio. Se cobrei como senador, mas agora como prefeito. Estou animado e vou até o ultimo momento nessa luta. Fazendo um apelo ao Jornal do Brasil, para que mantenha o nível ético e cultural do jornalismo do Rio de Janeiro.

Quem passa para o segundo turno?

- Eu acho que a Jandira Feghali ou a Solange Amaral. Tenho dito isso em público.

O senhor vai poder usar o Lula, afinal?

- Tem esse entendimento. O sujeito que é filiado a um partido tem que aparecer no partido dele. O presidente não vai aparecer em lugar nenhum. Não aparece com Molon, nem com Jandira, nem com Crivella, muito menos com Eduardo.

O senhor tem um mapeamento da cidade onde o senhor encontra maior resistência?

- Zona Sul. Onde vende O Globo.

O senhor vai insistir em derrubar essa resistência ou vai esquecer a Zona Sul?

- De agosto do ano passado até hoje eu fiz mais de 150 reuniões na casa de pessoas da Zona Sul. Isso baixou a resistência lá. E minha esposa tem feito também, devotadamente. E ficamos surpresos com a boa vontade deles. Mesmo assim é pouco para representar alguns pontos.

O senhor é bispo ou não é bispo?

- Sou e vou morrer. Sou licenciado. Eu também sou engenheiro. Tinham que botar o ex-bispo e o ex-engenheiro, ex-professor, ex-militar, fui primeiro-tenente do exército. Muitas de nossas empregadas são da igreja e relatam casos de pessoas que saíram da marginalidade ou que agüentam o sofrimento da vida miserável graças a igreja, eles falando isso.

Como o senhor responde a críticas sobre exploração da miséria, da esperança dos fiéis, da riqueza de alguns pastores?

- Não há, eu declarei meu imposto de renda: dois carros e um dinheiro que tinha no banco, deu R$ 200 mil. E dentre todos os bispos e pastores sou um dos que mais têm. E já até pedi a eles, todos, que um dia fizéssemos um site e colocássemos o imposto de renda de nós todos. O que nos fazemos é com idealismo e renúncia. Para a África levei US$ 8 mil. Quando saímos de lá, nossa igreja tinha em dinheiro o que representava 10 milhões de dólares. Infinitas propriedades, incontáveis automóveis, catedrais que construí lá, só são maiores algumas do Rio e São Paulo. Fui com 10 malas voltei com nove e uma africana que veio comigo e para a minha alegria este mês está se formando na Estácio de Sá no curso de gastronomia. Então não há isso. Mas a igreja tem avião? Tem, já recolheu oferta no mundo inteiro. Para trazer do interior para cá tinha que trazer do interior. Me lembro que quando prenderam os 10 milhões do avião da igreja com os pastores e suas esposas. A Policia Federal, ali, eles morderam a língua. Bem feito. Achavam que queríamos trocar por dólar, para enriquecer o Macedo. Não era verdade. Não tem como transportar esse recurso para são Paulo. Os bancos não aceitam esse deposito em notas pequenas para contar aquele dinheiro todo e mandar para uma agencia em São Paulo. A PF guardou todo o dinheiro no meio circulante do Banco Central, depois a Justiça determinou que fosse depositado num banco em que corresse juros e poupança. Foi difícil encontrar um banco que aceitasse aqueles recursos como deposito judicial. Quando encontraram, o banco não quis se responsabilizar pelo transporte. Foram então a Confederal, empresa do deputado Eunício. Ele disse que transportava, 1 milhão por carro, 10 milhões, 10 automóveis. Preço R$ 300 mil, a Polícia Federal não tinha como pagar. Eu disse, vocês falaram tanto e estão provando na carne e morderam a língua. Tiveram que chamar bombeiro, aparato, um monte de carro, e quando chegaram na caixa econômica passaram um dia e uma noite contando as notas pequenas. Infelizmente, pedi a eles para não colocarem o dinheiro na mesa para fotografar. Infelizmente ainda temos essas coisas de Banana Republic.

O senhor vai apoiar a parada gay do Rio, como um evento do calendário da cidade?

- A prefeitura dará todo o apoio para que a parada gay ocorra com os serviços públicos de que ela necessita. É uma expressão da diversidade sexual de pessoas que têm que ser respeitadas. Assim como peço que respeitem também a minha opção heterossexual e a minha opinião de achar que o melhor arranjo familiar que a evolução humana encontrou é homem e mulher, mas respeito aqueles que pensam diferente.